Foi com uma mão-cheia de golos (e que golos!) que o Benfica deu o pontapé inicial na Liga NOS 2020/21. Do outro lado, um Famalicão brioso, mas que nada pôde fazer perante a superioridade das águias e a inteligente teia montada por Jorge Jesus. O 1-5 final premiou um Benfica que solidifica processos e cresce com naturalidade.

Frente a frente Sport Lisboa e Benfica e FC Famalicão na partida de abertura da Liga NOS 2020/21, um duelo inédito até então no arranque da prova. Jorge Jesus tinha avisado na antevisão para a competitividade da competição e não se enganou, tal como não o fez relativamente ao Benfica que desejava ver em campo, mais forte, melhor e com processos mais solidificados do que no desafio anterior. E assim foi!

Ora, e olhando precisamente para Salonica, foi com quatro mudanças no onze (que identificamos a negrito) que as águias se apresentaram no Estádio Municipal de Famalicão. Odysseas, André Almeida, Rúben, Vertonghen, Grimaldo, Gabriel, Taarabt, Rafa, Everton, Waldschmidt e Darwin foram os eleitos para o pontapé inicial da Liga… e os primeiros minutos não enganaram!

Benfica ambicioso, pressionante, a surgir logo na primeira linha de construção do Famalicão, a sufocar autenticamente um adversário que cedo percebeu que não teria vida fácil. De todo…

E a primeira oportunidade para as águias surgiu logo aos 7 minutos. Falta sobre Rafa, que servido por Gabriel perigosamente se isolava, e livre para Taarabt bater. Bola bem direcionada pelo marroquino, com Darwin a subir ao primeiro andar, a cabecear, mas o esférico saiu por cima da trave da baliza à guarda de Zlobin. Nova oportunidade no minuto seguinte! Waldschmidt foi lançado por Everton e, em lance individual, numa transição rápida, rematou perigosamente, mas ao lado… A bola acabou por beijar as malhas laterais.

Cheirava a golo! E o golo não tardou, a dar expressão, de forma justa, à superioridade encarnada.

Minuto 19, jogada rápida de entendimento entre Darwin (assistência) e Waldschmidt, com o avançado n.º 10 da equipa comandada por Jorge Jesus, na cara de Zlobin, a não perdoar. Finalização de belo efeito, com o esférico a ser picado sobre o guardião e a morrer no fundo das redes. Estava feito o 0-1.

E resposta pronta do outro lado da barricada, com o ex-Benfica Guga a testar os reflexos de Odysseas. Remate forte e inesperado, com o grego a mostrar serviço e a resolver.

Minutos de plena intensidade, bom futebol e mais um golo, desta feita com Everton a rematar para o 0-2 (21′). Rafa desmarcou André Almeida na direita e o lateral cruzou atrasado para o remate do reforço brasileiro à entrada da grande área. Sem hipótese: rasteiro e colocado.

A vencer por 0-2 e a mostrar qualidade e muita vontade, o Benfica não tirou o pé do acelerador e as oportunidades continuaram a suceder-se, com a frente atacante das águias a colocar os nervos em franja ao sector mais recuado dos famalicenses.

Em cima dos 40′, falta sobre Taarabt. Livre muito perigoso, descaído para a direita, com Grimaldo a pegar no esférico e, convictamente, a chamar a si a responsabilidade! E rapidamente percebemos porquê: irrepreensível! Remate na gaveta para o 0-3 favorável ao Benfica, corria o minuto 42.

Luís Godinho apitou para o intervalo, com as águias a vencerem e a convencerem, depois de uma primeira metade de grande qualidade… e o Benfica não marcava 3 golos nos primeiros 45 minutos fora de casa em jogos da Liga desde 2017/18 (CD Tondela, vitória por 1-5). Bons prenúncios…

A segunda metade começou com mais do mesmo, ou seja, com muito, muito Benfica! E mais um golo, pois claro. Velocidade, intensidade e muita vontade, com Rafa, servido por Everton, a concluir de forma certeira mais uma belíssima jogada de envolvimento coletivo. 0-4 para os encarnados, resultado justo… e que esteve muito perto de ser dilatado aos 58′. Passe teleguiado de Grimaldo, com Waldschmidt, de cabeça, a oferecer a Zlobin, ainda que por instinto, a defesa da noite. Mas o bis do alemão acabaria mesmo por surgir… e que jogada (66′)!

Tudo ao primeiro toque, mais um excelente entendimento entre Darwin (duas assistências nesta noite) e Waldschmidt, com o camisola 10 a rematar com estrondo para uma mão-cheia de golos: 0-5.

Ora, numa noite de muitos tentos, e sem que nada o fizesse esperar, os anfitriões também tiveram sucesso na finalização. Rúben Lameiras insistiu, cruzou para área e Guga, livre de marcação, rematou para o tento de honra (1-5).

Com cinco substituições possíveis, e face ao desgaste da partida na Grécia, Jorge Jesus fez todas as mexidas e, não obstante, a qualidade e motivação dentro das quatro linhas mantiveram-se. Pizzi (60′), Nuno Tavares (72′), Vinícius (72′), Weigl (76′) e Diogo Gonçalves (76′) foram a jogo e também eles mostraram serviço e, acima de tudo, que todos são opção.

Até ao apito final, mais um par de boas oportunidades de golo, com Nuno Tavares e Vinícius muito perto do sexto, e, a fechar, Lameiras disparou ao ferro da baliza de Odysseas. Triunfo justo, da melhor equipa em campo nesta noite: 1-5.

O Benfica entra assim com chave de ouro na Liga NOS 2020/21, como o míster desejara na antevisão, e soma os três primeiros pontos na competição. Benfica eficaz, sólido, coeso e que traduziu em golos a superioridade, qualidade e o que produziu e construiu dentro das quatro linhas. O caminho faz-se caminhando…

Na próxima jornada o Sport Lisboa e Benfica defronta a formação do Moreirense. Esta partida está marcada para as 18h30 de sábado, dia 26 de setembro, no Estádio da Luz.