Líder da Liga Bwin, o Benfica enfrenta às 20h30 deste sábado, 6 de maio, o Braga, no Estádio da Luz. Na antevisão ao duelo da 31.ª jornada, Roger Schmidt vê a equipa fresca, preparada e motivada para a missão de conquistar os três pontos e dar mais um passo na direção do título.

O treinador das águias elogiou a excelente temporada e o bom futebol dos minhotos, alertando que a sua equipa terá de jogar “no máximo das suas capacidades” para sair vencedora de um duelo com implicações nas contas do topo da tabela.

Lembrando também que o Benfica só depende de si próprio para erguer o troféu, Roger Schmidt desvalorizou a derrota na 1.ª volta e garantiu que os encarnados têm tudo para escrever uma história bem diferente na Catedral.

O que espera do Braga, que ainda está a lutar pelo 2.º lugar?

Se calhar ainda querem lutar pelo 1.º lugar. Espera-nos um grande jogo! O Braga está a fazer uma excelente temporada, tem muita qualidade individual e joga um futebol atacante. Ainda podem ser campeões, e espero um grande jogo de futebol no nosso estádio. Temos demonstrado nas últimas semanas que estamos de regresso e que recuperámos a dinâmica. Temos uma grande oportunidade de melhorar a nossa situação relativamente ao Braga diante dos nossos adeptos e estamos preparados para isso. Trabalhámos bem e os jogadores estão frescos. As duas vitórias [frente a Estoril e Gil Vicente], sem sofrer golos, fizeram maravilhas à nossa confiança. Estamos prontos para lutar pelo título até ao último jogo e para enfrentar o Braga.

Qual é a chave para um jogo deste calibre? Talento, intensidade ou outra abordagem?

Temos de jogar à Benfica. Acreditamos em nós e, nesta época, mostrámos frequentemente que não interessa o adversário. Tanto nos jogos internacionais, como nos principais jogos em Portugal, tentamos jogar sempre o nosso jogo e respeitamos sempre o adversário. Temos de estar preparados para a sua qualidade, para as suas armas, mas o que é decisivo é estarmos muito concentrados no que queremos fazer em campo e jogarmos ao máximo nível. Também precisamos que os nossos jogadores estejam no seu melhor individualmente, que estejam interligados. Precisamos de equilíbrio, de jogar um futebol de ataque, mas também precisamos de estar sempre organizados na defesa. O Braga é ótimo nas transições. Envolve muitos jogadores no ataque, mas isto não é nada de novo para nós. Já nos deparámos várias vezes com estas situações. Temos de fazer um jogo muito completo em termos táticos, com todos os elementos necessários. Precisamos de lutar muito, de correr muito, de ganhar duelos individuais e segundas bolas e, na altura certa, temos de demonstrar qualidade e ter oportunidades para marcar.

“Precisamos de lutar muito, de correr muito, de ganhar duelos individuais e segundas bolas e, na altura certa, temos de demonstrar qualidade e ter oportunidades para marcar”

Roger Schmidt

Como é que o Benfica pode ter melhores resultados do que os que teve na 1.ª volta frente ao Braga e ao Sporting?

Tivemos uma derrota e um empate e nada podemos fazer para mudar isso, que aconteceu há quatro ou cinco meses. Esses jogos tiveram a sua própria história, por isso não vencemos, mas, para amanhã [sábado], isso não tem qualquer impacto. Faltam quatro jornadas para o fim da época, temos quatro pontos de vantagem para o FC Porto, seis para o Braga, e jogamos frente ao 3.º classificado da Liga. É para isso que eu olho, para a situação atual. Nesta altura da época, não faz sentido olhar para trás. Agora é altura de estar muito concentrado nos 90 minutos que aí vêm. Estar aqui a pensar no passado não tem qualquer impacto no que se vai passar amanhã [sábado]. O que importa é o que se vai passar do primeiro ao último minuto, em que temos de ser a melhor equipa. Temos de estar no máximo em termos de qualidade, isso é decisivo para vencer o jogo. O que se passou já não interessa.

Gonçalo Ramos não marca há seis jogos e Musa tem entrado muito bem durante os jogos. Pensa em lançar Musa no onze? E, na sua opinião, qual deles tem as melhores características para enfrentar o Braga?

Não vou dar informações sobre o onze. Na minha opinião, os dois jogadores estão a atravessar um excelente momento de forma. Apesar ter sido um autogolo para efeitos estatísticos, para mim, foi o Gonçalo que marcou ao FC Porto. O que tem acontecido nos últimos jogos com o Gonçalo é normal. Ele está a fazer uma temporada fantástica. Marcou muitos golos, mas, para um jovem avançado que está pela primeira vez na carreira nesta posição de responsabilidade como principal goleador do Benfica, é normal que não marque em alguns jogos. Aprecio a capacidade de trabalho do Gonçalo. Ele não pensa só nos golos. É um jogador importante em outros aspetos táticos, e eu olho para tudo. Do outro lado, o Petar [Musa] também tem estado muito bem, quase sempre saindo do banco. Tem tido um grande impacto nas últimas semanas. Evoluiu em alguns detalhes relativamente aos primeiros jogos. Teve um golo anulado por fora de jogo frente ao Estoril e teve azar de acertar na barra contra o Gil Vicente. Espero que amanhã [sábado] esteja pronto para marcar, seja de início ou vindo do banco.

“Vejo muita qualidade. É invulgar para a nossa equipa ter tantos dias para preparar jogos. Os jogadores estiveram muito bem nos treinos. Estão refrescados, motivados e cheios de confiança”

O Benfica joga neste sábado e o FC Porto só joga na segunda-feira, 8 de maio. A ordem dos encontros pode ter impacto nesta fase final da Liga?

Temos é de estar concentrados nos nossos 90 minutos, não vamos estar a olhar para outros jogos. O que é decisivo na nossa situação é vencer os nossos jogos, se o fizermos não poderá haver qualquer interferência, estamos completamente concentrados. O facto de eles jogarem na segunda-feira tem a ver com o facto de terem jogado ontem [quinta-feira] para a Taça, não tem qualquer impacto.

Como sente o ambiente na equipa? O que lhe vai dizer antes do jogo?

Os jogadores têm estado muito bem-dispostos. Vejo muita qualidade. É invulgar para a nossa equipa ter tantos dias para preparar jogos. Eles estiveram muito bem nos treinos. Estão refrescados, motivados e cheios de confiança. É essa a minha sensação geral. Não vou revelar o que lhes vou dizer. Mas não falo com eles só antes dos jogos. Falo durante a temporada toda e tentamos sempre falar de temas diferentes. Da nossa atitude, dos nossos golos, de tudo o que rodeia este clube. Na minha opinião, jogos como este frente ao Braga precisam de toda a experiência acumulada. Há altos e baixos durante a época e podemos aprender quando ganhamos, quando empatamos e quando perdemos. Felizmente, vencemos a maioria dos nossos jogos. Perdemos alguns, mas penso que todas essas experiências vão congregar-se no que vamos apresentar em campo. Tudo isto é um processo. Não é com uma palestra que se vence um jogo. Tem a ver com a cultura do Clube, a motivação, a liderança, e também com o facto de acreditarmos em nós, de acreditarmos no universo Benfica. Depois, entramos em campo e tentamos fazer uma grande jogo.