Meia equipa da cantera procura merecer a confiança de Roger Schmidt para um eventual regresso ao Benfica

É inegável a aposta da estrutura benfiquista no produto formado na casa. Num projeto iniciado pelo anterior presidente Luís Filipe Vieira, e continuado agora por Rui Costa, ele também formado pelas águias embora num cenário diferente (anterior à academia do Seixal), nunca a aposta nos jovens formados pelos encarnados foi notória como agora.

Tivemos ainda boas aberturas na promoção dos nossos jovens jogadores aquando das passagens de Rui Vitória ou de Bruno Lage. Mas um longo jejum na gestão de Jorge Jesus, e que voltou mais recentemente, retrocedendo um registo relançado pelos dois treinadores portugueses mencionados acima.

Com a mudança total de paradigma sob decisão de Rui Costa, a escolha para esta época recaiu sobre um treinador estrangeiro. A entrada de Roger Schmidt deixou algumas facções encarnadas desconfiadas, ainda resistentes à vinda de um não-português para o comando do futebol principal das águias. Foi puro engano. Nesta altura já ninguém se atreve a apontar o dedo ao alemão ex-PSV Eindhoven, e o risco de ignorar por completo a nossa formação.

Na pré-época houve quem criticasse a chamada de 38 jogadores para estágio. Um número quiçá indicativo para o que se espera para o final desta época (#Rumoao38), foi nesta decisão que foi possivel detectar o talento de António Silva, por exemplo. Outros, como Florentino ou Gonçalo Ramos, eram vistos como jogadores eventualmente a emprestar para “rodar”. Novo puro engano como se tem vindo a ver nesta época.

Nem todos podem ser promovidos na primeira leva. E um dos mais penalizados pela não promoção imediata à equipa principal foi o defesa central Tomás Araújo. Visto como um jogador de enorme futuro para o Benfica e até para a seleção nacional, o jogador nascido em Famalicão foi ultrapassado pelo mais jovem e surpreendente António Silva. Cientes de que não seria possivel dar espaço ao jogador para crescer, dentro de casa, a opção foi a de ceder ao Gil Vicente. E que bom desempenho tem tido o jogador pelos gilistas. Talvez mesmo o melhor defesa central a jogar em Portugal fora os quatro primeiros classificados. A sua chamada ao plantel principal deverá ser um dado adquirido, mas isso vai obrigar a SAD a desfazer-se de alguém do plantel actual.

Tomás araújo é um central que joga mais pela direita, à semelhança de António Silva, Lucas Veríssimo e João Victor. Se este último pode ser um caso a libertar em definitivo, ainda existem os dois primeiros com algum peso já nesta equipa. Ou António Silva faz uma transferência irrecusável, ou o Benfica negoceia Lucas Veríssimo, que nunca mais recuperou a mesma forma desde que recuperou da grave lesão a que foi sujeito.

Quem não teria espaço e é-lhe atribuido igualmente qualidades a rever, é o do jovem lateral esquerdo Sandro Cruz. Jogador potente e de passada larga, o defesa encontrou em Chaves o espaço que a SAD interpretou como a melhor para este evoluir. Ainda assim, Sandro Cruz tem tido algumas dificuldades em se impor no onze titular, e os minutos jogados até agora (719 minutos), entre Liga, Taça de Portugal e da Liga, estão longe de o colocar numa posição de regresso para integrar a equipa principal do Benfica. Novo empréstimo ou mesmo a cedência a custo zero com a SAD das águias a reter parte substancial dos direitos do seu passe, serão as hipóteses em cima da mesa.

Com a saída de Enzo Fernández, o plantel ficou apenas com Florentino Luís como único jogador do meio campo com características mais defensivas. Sabendo que Fredrik Aursnes também pode recuar e fazer o lugar na perfeição, a verdade é que o norueguês rende mais noutras posições mais dianteiras. Assim sendo, e tendo em conta que Chiquinho é uma adaptação feliz ao lugar de médio mais junto a Florentino, a verdade é que urge chamar alguém para trazer mais solidez defensiva, até porque Florentino não jogará todos os jogos (será?). Aqui temos outro dos jogadores emprestados. Rafael Brito foi um dos nomes que a SAD quis manter sob contrato por lhe augurar futuro risonho. Médio centro de caracteristicas defensivas, corpolento e raçudo, Rafael Brito foi emprestado ao Marítimo, onde não esperava ter tantas dificuldades como as que o clube insular está a ter para se manter na Liga Bwin. Com apenas 732 minutos espalhados pelas três competições nacionais, é pouco provável que o jogador possa regressar à Luz na próxima temporada. O destino será semelhante ao que perspectivamos ao lateral esquerdo Sandro Cruz. Novo empréstimo ou cedência a custo zero com as águias a deter na sua posse os habituais 50% do seu passe.

Numa situação algo diferente estará Paulo Bernardo. Dotado de uma qualidade inquestionável, o jogador é visto como um dos mais promissores jogadores saídos recentemente da cantera encarnada. Ainda iniciou a época pelo Benfica, e até esteve num jogo de playoff de apuramento para a Liga dos Campeões, onde entrou na partida frente ao Dínamo Kiev. Depois disso, não sendo aposta assumida a titular, fez alguns jogos com algumas prestações de qualidade. O mister Roger Schmidt conhece bem as suas capacidades, e um regresso à Luz é forte hipótese para o médio de grande qualidade da formação do Benfica.

Tiago Gouveia é um dos jogadores emprestados que melhor aproveitamento tem tido com este empréstimo. Os seus 1963 minutos divididos por 24 jogos pelo Estoril, com alguns golos e assistências, deixam antever que poderá ser aposta mais efectiva a partir da próxima época pelo mister Roger Schmidt, que renovou esta semana pelas águias até 2026. A pouica variedade de extremos no actual plantel das águias ajuda a perceber qie dificilmente não terá lugar no plantel benfiquista na próxima temporada.

Fora de Portugal temos temos um dos jogadores de quem mais se espera. Emprestado ao Watford da Premiership inglesa, Henrique Araújo ainda não marcou pela turma do norte de Londres, tendo refistado apenas uma assistência em 6 jogos, num total de 237 minutos. Mas já antes tinha jogado pelo Benfica inclusivé na Champions. Ainda em Portugal. Henrique Araújo foi a temponde fazer 6 golos e 2 assistências. O avançado de origem madeirense é uma das grandses esperanças para o ataque encarnado, embora esteja dsependente de uma saída de algum avançado no ataque das águias. Gonçalo Ramos é o nome mais falado, onde pode vir a render importantes milhões aos encarnados, e aqui a entra de Henrique Araújo seria de caras.

Em resumo, destes seis empréstimos promissores da formação do Benfica a outros cluibes, três ou quatro poderão regressar à casa mãe. Tomás Araújo, Paulo Bernardo, Tiago Gouveia e Henrique Aráujo são os favoritos para intregrar o plantel encarnado na próxima temporada. Não será de estranhar que um destes nomes ainda possa cair desta eventual promoção.

Nuno Alexandre Costa

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