
Dérbi que apaixona o futebol português num estádio da Luz com mais de 60 mil espectadores e muito talento no relvado. Ingredientes suficientes para um jogo apaixonante, com muitos nervos à flor da pele. Uma ansiedade que parece ter sido sentida com maior incidência no Benfica. O Sporting entrou com maior serenidade, tranquilo, eficaz na ocupação dos espaços, a limitar o meio-campo encarnado e a criar bem cedo, logo aos 6 minutos, a primeira ocasião de golo, por Pedro Porro. O ala direito, na marcação de um livre, obrigou Vlachodimos a voar.
Primeiro sinal estava dado e o Benfica sentiu o golpe. Demorou algum tempo a estabilizar e só ao minuto 20 o conseguiu fazer. Em dose dupla. Primeiro por João Mário e depois por Rafa que aparecem com espaço na área leonina e obrigaram a defesas apertadas de Adán que, refira-se, até então, tinha sido mero espectador. Esses dois lances, porém, fizeram despertar a águia. Só que não houve tempo para dar sequência ao momento positivo, pois Trincão colocaria o Sporting na frente após um excelente lance de entendimento no corredor direito entre Porro e Edwards. O inglês, com um cruzamento perfeito para a área, ofereceu o golo ao avançado português que gelou a Luz. Estavam apenas decorridos 27 minutos e os leões consumavam o maior domínio em golo.
Mas faltava muito tempo e o Benfica tinha tempo para reagir. E foi crescendo até ao final da primeira parte. Primeiro após um livre de Grimaldo, que obrigou a defesa apertada de Adán e aos 37’, essa audácia ofensiva, foi premiada com o golo do empate. Muito idêntico ao golo do leão. Mas com outros protagonistas. Com Rafa a assistir na linha para Gonçalo Ramos desviar para o empate.
Tudo igual (e equilibrado…) ao intervalo. Até no desenho dos golos. Aguardava-se a resposta na segunda parte. E ela apareceu. Para os leões novamente. Um lance ofensivo desenhado por Trincão, assiste Paulinho e António Silva derruba o avançado. Artur Soares Dias foi chamado ao VAR e confirmou a grande penalidade para os leões aos 53’ que Pedro Gonçalves haveria de converter. Leões novamente na frente e um arranque de segundo tempo prometedor.
Mas, tal como na primeira parte, os encarnados reagiram. Com golo! Novamente com Gonçalo Ramos, desta vez após cruzamento de Grimaldo, a finalizar. O internacional português a brilhar e a confirmar uma época em cheio a nível individual. Tudo empatado. Mais uma vez. Emoção para os minutos finais. E com a estreia do jovem Chermiti, de apenas 18 anos, lançado por Rúben Amorim para o lugar de Paulinho. E daí para a frente, apesar do maior domínio encarnado, que foi ameaçando sempre mais a baliza dos leões, pouco mais se viu. Alguns livres de Grimaldo a colocar os leões em sentido, um enorme João Mário a encher o campo, um Gonçalo Ramos letal. Do lado do Sporting nota para a classe de Trincão, a combatividade de Ugarte e a segurança de Adán. Para a história fica um empate numa partida que teve incerteza até ao último suspiro.