O futebol português tem razões para estar feliz, pois nos palcos nacionais vão apresentar-se mais dois campeões do Mundo, os primeiros a conquistarem o título enquanto jogadores de uma equipa portuguesa, os únicos em campo ontem, no Catar, entre 35 jogadores, que não atuam numa das cinco melhores ligas do Mundo, as chamadas big 5.
Enzo Fernández, médio de 21 anos, e Nicolás Otamendi, central de 34 anos, fizeram os 120 minutos pela Argentina – nunca saberemos se Enzo, que falhou um penálti no desempate com os Países Baixos, iria avançar para um penálti da Argentina, pois Montiel acabou rapidamente com as dúvidas – e representaram não apenas o Benfica entre rol de clubes de grande prestígio, como também uma liga de menor expressão como é a portuguesa, a única das menos mediáticas e poderosas que teve direito a jogadores na final.
Nem nos titulares (ver quadros), nem depois nas 13 opções usadas pelos treinadores – Montiel (Sevilha), Pezzella (Bétis), Acuña (Sevilha), Leandro Paredes (PSG), Lautaro Martínez (Inter) e Dybala (Roma) entraram na Argentina, por parte da França foram ainda chamados Disasi (Mónaco), Konaté (Liverpool), Fofana (Mónaco), Camavinga (Real Madrid), Kingsley Coman (Bayern), Muani (Eintracht) e Thuram (Borussia M’gladbach) – se encontravam outros futebolistas que não fizessem parte das ligas de Inglaterra, Espanha, Itália, França ou Alemanha, sinal claro de onde está o dinheiro e o poder para atrair os grandes jogadores.
Alguns, como Enzo e Otamendi, estão fora das estrelas das big 5 – se o médio já estava na moda entre os mais ricos da Europa, seguido por Liverpool e Real Madrid, entre outros, agora que conquistou o Mundial e o troféu de melhor jovem jogador da competição… -, mas brilham o suficiente para garantirem lugar na melhor seleção do Mundo.