Rui Costa: “Sou benfiquista dos pés à cabeça. Acredito que consigo saber o sentimento dos sócios.”

Presidente do Benfica falou na Thinking Football Summit, depois dos dirigentes máximos de FC Porto e Sporting terem feito o mesmo. Falou da marca Benfica, do passado como futebolista e do que ainda está para fazer

Ligação ao Benfica: “A minha ligação ao Benfica não dependeu da final de 1991. Foi mais um marco no Estádio da Luz. Jogar para 130 mil pessoas e ganhando um Mundial foi apoteótico. Representa um marco importantíssimo. Ganhei a Liga dos Campeões, mas esse continua a ser o troféu com mais carinho. Não estava pronto para aquilo.”

Geração antiga com gerações atuais: “É muito fácil dizer que podíamos ter sido melhores. Se calhar, sim. Não gosto de fazer essas comparações. Quero que o Mundo dê mais condições aos jogadores. Não havia sintéticos, havia pouca relva, antigamente. Hoje, o jogador sente de forma diferente algum problema. Há coisas melhores e piores. Vejo os treinos do Benfica e hoje há outra intensidade. Na minha altura, estávamos no limite. Estas comparações nem sempre são justas. O Benfica não tinha equipa B, não tinha as condições que tem, mas beneficiei de um clube que me deu tudo. Procuro que os nossos jovens tenham melhores condições.”

Razões para o sucesso do futebol português: “O talento. É um trabalho extraordinário. Representa o talento português. Temos grandes dificuldades para competir com as equipas de topo, mas, ainda assim, temos essa grande vantagem, de busca do talento internacional. Temos os nossos próprios jogadores. Tivemos o Figo e o Cristiano com Bola de Ouro. Representa o talento nacional. Temos o ADN de combater as adversidades. É algo que temos de nos orgulhar.”

Internacionalização da marca Benfica: “É uma aposta que tem de ser cada vez maior. Estamos prejudicados por não estarmos na Big-5. Temos mais dificuldades de afirmação. Usamos o nosso nome, que é histórico. Temos o Benfica Campus, que tem sido uma fonte de talento. É mais um meio para mostrarmos ao mundo este clube, que é gigante.”

O que está ainda para fazer: “Ser eleito a dez do 10… tinha de jogar com o dez. Acaba por ter a sua graça. A data ficou estipulada assim. Ao fim de um ano, muita coisa ainda há para fazer. Cadeira de sonho? Sou benfiquista dos pés à cabeça. Não escondo que sonhava um dia ser presidente do Benfica. Não era nestas condições, é evidente que não. Não recuei e não me escondi naquele momento. Benfica é um gigante. Por muito que faças, há milhentas coisas para fazer. Sinto-me mais aduto, mais preparado. O meu foco é o desportivo, não venho dos gabinetes, sem nunca descurar as finanças do clube. Acredito que consigo saber o sentimento dos sócios.”

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