Ricardo Gomes lançou David Neres na primeira equipa do São Paulo, em 2016. Recorda o técnico que o agora extremo do Benfica foi tão explosivo que poucos meses depois estava a ser contratado pelo Ajax por €17,4 milhões. Por isso, o treinador que é também dos maiores ídolos dos adeptos do Benfica gostou de ver o regresso do seu menino em pleno Estádio do Dragão.
«A lesão não teve uma recuperação muito longa, foram apenas três jogos e duas semanas, mas estes jogos são de grande intensidade e não é fácil entrar daquela forma e ser um desequilibrador. Mas aquele é o David Neres: jogador com habilidade, com muita velocidade e uma leitura de jogo quase perfeita. Por muito que não esteja a 100 por cento, o que pode explicar que só tenha jogado na segunda parte, é sempre este futebolista que vai para cima do adversário, que deixa em sentido qualquer defesa e foi isso que vimos dele neste jogo em que o Benfica conquistou uma vitória que pode ser muito importante para o futuro», foi esta a leitura o antigo defesa-central das águias.
Ricardo, 57 anos, destacou também os quatro duelos ganhos a Wendell: «Por muito bom que seja um lateral, e o Wendell tem qualidade, travar um jogador com as características do Neres é muito complicado porque vai sempre no um contra um, porque tem aquele drible imprevisível e uma velocidade grande com a bola nos pés. É muito fácil criticar um lateral que tem uma falha, mas com este tipo de jogadores não é tarefa fácil. E acredito que foi isso que deu agressividade ao Benfica, esta capacidade do Neres. E que o Rafa também aproveita sempre na fase das transições.»
E esta é dupla que Ricardo destaca uma e outra vez. «Eu digo isto porque sei do que falo: o mais complicado de tudo é parar uma equipa que tem ao mesmo tempo jogadores como Rafa e Neres em campo. Para um defesa é um pesadelo, porque tem de ir a um e procurar o desarme, depois pode ser obrigado a procurar travar o outro. Isso é extremamente complicado, não se deseja essa sorte ao pior inimigo [risos].»