Autor de oito golos nos 12 primeiros jogos oficiais do Benfica, Gonçalo Ramos concedeu longa entrevista concedida à UEFA, divulgada na íntegra na BPlay, plataforma de conteúdos exclusivos do Benfica.
Começou por abordar a sua forma de jogar, enquanto ponta de lança de referência. «Cada vez se pede mais a um ponta de lança, importante que seja mais completo, muitas pessoas pensam que um ponta de lança só está ali para fazer golos e o resto não importa. Ao longo destes últimos anos essa imagem está a desaparecer um bocadinho. É cada vez mais importante que o ponta de lança esteja mais dentro do jogo e contribua mais para a equipa, a ligar o jogo, a pressionar, muitas vezes com movimentações, em que acaba por ficar noutra posição, que pede outro tipo de tarefas», explicou.
Confrontado com algumas características importantes para a posição, o jovem avançado de 21 anos destacou: «A noção de espaço é muito importante, pois um ponta de lança nem sempre tem o espaço que gostaria, porque às vezes apanhamos blocos mais baixos ou defesas que nos marcam melhor e temos de estar sempre vivo e atentos. Saber gerir bem para aproveitar ao máximo, muitas vezes um metro ou um passo faz a diferença para marcar um golo, que faz diferença para ganhar o jogo ou um título. Atitude é importante em termos gerais, sem atitude, sem convicção, sem certezas daquilo que quer e do que está a fazer dentro de campo está mais longe do topo. E a precisão? Nem sempre os pontas de lança têm… às vezes nem duas, quanto mais quatro ou cinco oportunidades, e é muito importante ser eficaz logo na primeira, porque não se sabe se durante o jogo teremos mais alguma. É muito importante ser eficaz e preciso.»
Assim como falou das suas referências: «Cristiano Ronaldo, claro. Mesmo não sendo ponta de lança de origem, acho que é referência para qualquer jogador que jogue na frente. Lewandowski, Ibrahimovic, também sou muito fã dele, e todos os meus colegas de equipa. Temos sempre alguma coisa a aprender, todos os dias aprendo e tenho a certeza que também aprenderam comigo. Não somos todos iguais, cada um tem as suas características, e tentamos sempre ajudar-nos, no treino estamos sempre atentos aos movimentos, às posições corporais, aos timings. Com tanto tempo juntos, a treinar todos os dias, começamos a melhorar e a limar algumas arestas.»
Gonçalo Ramos já leva tantos golos esta época como na anterior, na qual participou em 46 jogos pelo Benfica. A posição onde joga mudou, acabando por beneficiar também da transferência de Darwin Núñez para o Liverpool.
«Pessoalmente, a posição que prefiro e que acho que desempenho melhor é ser referência principal do ataque, como ponta de lança, mas ano passado foi-me pedido para jogar no apoio ao nosso ponta de lança, que era o Darwin, e também gosto. O que importa é jogar, mas claro que a saída de Darwin abriu espaço para mim ou para outro ponta de lança jogar. Seria estranho se dissesse que não, Darwin fez uns 35 golos, é muito bom ter agora oportunidade de desempenhar a função que mais gosto», disse.
Gonçalo Ramos, 21 anos, começou a época em grande destaque no Benfica. Aos quatro golos marcados nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, fez outros tantos no campeonato. Aos 21 anos, o jovem avançado não esconde estar a viver momento especial.
Em entrevista concedida à UEFA, divulgada na íntegra na BPlay, plataforma de conteúdos exclusivos do Benfica, Gonçalo Ramos salientou: «Tento aproveitar ao máximo os treinos, os treinadores também me ajudam, vejo sempre os meus jogos e o que fiz menos bem, tento, de jogo para jogo, ir melhorando o que fiz menos bem, mas sem ignorar o que estou a fazer bem, pois não posso estar a tentar ganhar umas coisas e a perder do outro lado, não faria sentido assim. E aproveito os meus colegas, estamos sempre a ajudar-nos.»
A época começou da melhor forma, com quatro golos nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. «Tento prepara-me sempre da melhor forma fisicamente, é o primeiro passo para as coisas correrem bem. Dou sempre o máximo no treino e consegui assimilar bem ideias do novo mister. Sabíamos que, em relação às pré-eliminatórias, havia margem mínima e exigência máxima, era o objetivo de todos, jogos muito importantes para o clube, mas também jogos em que a adrenalina estava no nível mais alto, jogos que todos querem jogar, aí nem precisamos de motivações extra, todos ligados ao máximo. Não há nenhum jogador que comece a época bem sem a equipa estar bem e claro que isso ajuda-me. Acabei por marcar e ajudar a equipa, foi muito importante para mim», recordou, não deixando de destacar a importância de Roger Schmidt, treinador que chegou à Luz no defeso.
«Foi muito bom, o sistema é-me favorável, as ideias, o que o mister me pede, favorece o meu jogo. O mister falou comigo para me orientar bem sobre o que queria e o que vê num ponta de lança que jogue num modelo dele. Pelos vistos, as coisas estão a correr bem», disse.
A Gonçalo Ramos foi ainda colocada a questão até onde chega a ambição do clube na Liga dos Campeões. Resposta convicta do jovem avançado: «A nossa ambição é querer ganhar sempre todos os jogos, somos o Benfica, estamos focados em passar fase de grupos e só depois disso olharemos mais para cima, não estamos já a fazer contas, chegar à meia-final ou à final. Se não passarmos a fase de grupos nada disso pode acontecer, portanto estamos primeiramente focados em passar.»
