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Pizzi esclareceu muitos equívocos e “Invenções da imprensa” em entrevista ao Canal 11

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O médio internacional português Luis Miguel Afonso Fernandes (Pizzi), de 32 anos, agora no Al Wahda (Emirados Árabes Unidos), sublinhou esta quinta-feira, «não ter sido, de todo, empurrado» para fora do Benfica, que representou desde 2013 a 2022.

Em entrevista dada na Áustria, onde a equipa do Abu Dhabi – na qual alinha ainda o médio português Adrien Silva, e que é treinada por Carlos Carvalhal – ao Canal 11, Pizzi abordou sem complexos o deu desejo de que o Benfica tenha tanto ou mais êxitos sem ele do que os que somou enquanto contou com o brigantino nas suas fileiras.

«Porque saí? Por vontade própria. Senti que o meu ciclo tinha terminado e porque queria procurar novos desafios, coisas diferentes. Surgiu a oportunidade, com duas coisas importantes: a parte financeira e o conforto. Acabei por pensar, mesmo a amar muito o Benfica e a querer muito que sejam campeões, que era ‘libertar’ o Benfica do Pizzi e o Pizzi do Benfica. Não quero ser um entrave para o que quer que seja. É um desafio diferente. Empurrado? Não me senti, de todo. Desde a direção ao Roger Schmidt, pessoa espetacular, todos me apoiaram e deixaram à vontade. Sempre me disseram que a decisão era minha. E foi», sublinhou o médio.

O médio internacional português Pizzi, que assinou até junho de 2024 pelo Al Wahda, explicou esta quinta-feira que o episódio de um alegado incidente com um dos adjuntos de Jorge Jesus a meio da temporada de 2020/21 «foi inventado» e «tomou proporções que não devia».

«Dei por mim a pensar ‘saíste de um clube onde foste muito feliz mas deixaste a tua marca, no qual, de certa forma acabaste, como pessoa, por marcar as pessoas com quem trabalhaste diariamente no Seixal’. Não foi o Pizzi que foi posto em causa pelo que faz no campo: foi o cidadão, o Luís Miguel Afonso Fernandes que foi posto em causa. Recebi muitas mensagens de adeptos, a eles o meu obrigado: estão no meu coração», afirmou a propósito o futebolista neste dia, numa extensa entrevista ao Canal 11, perto de Viena, na Áustria, onde a formação do Abu Dhabi, orientada por Carlos Carvalhal, se encontra a estagiar.

«Os meses mais difíceis foram após o jogo no Dragão, sim. O que se passou? Perder um jogo pelo Benfica já é difícil, perder por 0-3 no Dragão com o FC Porto dói muito para quem está lá dentro. Foi um desabafo que tomou proporções que não deveria ter tomado, de todo», admitiu Pizzi ao jornalista Miguel Belo.

Muito por ‘culpa’, alegadamente, e segundo Pizzi, do mensageiro. «A comunicação social, hoje em dia, está de uma forma que não é positiva para o futebol: fala-se e inventa-se coisas que não são verdade, e a coisa tomou proporções que não deveria ter tomado. Isso é que me magoou: é totalmente mentira, houve coisas totalmente inventadas», sublinhou a propósito.

«Nós, jogadores, já estamos habituados. Mas quando implica já a minha família e pessoas ligadas a mim ficaram chateadas, é outra coisa. Falar da pessoa… custa! Foi mais isso o que me magoou. Sempre tentei, dentro de campo, dar o meu máximo pelo Benfica. É isso que quero que as pessoas guardem para sempre, e não estes casos inventados. E já agora, gostava que o futebol português mudasse este tipo de mentalidades. Já se mete família, já se mete os filhos… isso não», foi o repto de Pizzi, após revelar «ser verdade, sim» ter apontado 18 golos num só jogo (!) de futebol de 7 pelo Desportivo de Bragança na infância, num célebre dérbi transmontano com o Mirandela, ter acabado o ensino secundário «com média de 18» e a Matemática ser a disciplina que era o seu forte.

Ocasião, também, para reforçar o óbvio: a componente financeira também pesou na escolha pelo Al Wahda, contrato no qual, alegadamente, irá auferir um salário de €2 M. «Não sou hipócrita, é claro que foi uma das coisas que pesou na minha decisão e escolha. Quando tens filhos, e com uma carreira curta, pensas de outra maneira. Mas o conforto, os portugueses, o ‘mister’ Carvalhal e até o Adrien, de quem sou muito amigo, bem como a minha família, ajudaram-me a tranquilizar-me quanto ao conforto», revelou o médio internacional luso.

O médio português Luís Miguel Afonso Fernandes (Pizzi), que na presente janela de transferências trocou o Benfica pelo Al Wahda (Emirados Árabes Unidos) após cumprir parte da pré-época ainda com os encarnados, sublinhou esta quinta-feira «a qualidade» do técnico alemão das águias, Roger Schmidt, que espera conseguir devolver o clube aos  êxitos e títulos

«Fiz a pré-época com Roger Schmidt e constatei que se trata de um treinador diferente. Gostei bastante: tem uma mentalidade totalmente diferente do que estamos habituados no futebol português. É importante termos técnicos que não estejam nesta ‘bolha’ das polémicas das arbitragens, das direções… O Benfica, a direção e o presidente, Rui Costa, acho que fizeram a escolha certa. Gostei muito», afirmou Pizzi, em entrevista ao Canal 11.

«É uma mentalidade diferente. É muito próximo dos jogadores, muito frontal, mas com muito respeito por todos os jogadores. E dentro de campo, ideia de jogo muito ofensiva: bola para a frente, sempre! Tem tudo para dar certo, oxalá, para o bem do Benfica e para a minha felicidade. Espero que conquistem muitos títulos e fico a torcer por isso», afirmou Pizzi a propósito.

Na comparação com a contribuição dos técnicos que tem tido ao longo da carreira e no seu crescimento como jogador, Pizzi distribuiu elogios. «Simeone [seu treinador no Atlético de Madrid] privilegiava muito a força, a potência. Foi uma mudança diferente do que estávamos habituados. Trouxe muitos resultados e o Atlético cresceu a um nível inacreditável com ele!», afirmou sobre o argentino, ainda nos ‘colchoneros’.

«É-me difícil eleger o melhor treinador. Todos me ensinaram, retirei de todos um pouco do que sou hoje. A nível tático, Jorge Jesus. Trabalha muito bem, no campo e em vídeos: vai mesmo ao pormenor, mas é mesmo muito bom! E a prova é que as equipas dele defendem muito bem. A nível tático foi o treinador com o qual aprendi mais. No Benfica, tirou-me da ala e passou-me a número 8. Levei bastantes ‘duras’ dele. Mas chamava-me à parte, explicava-me. Até quando o Enzo [Pérez] estava para sair, me chamou logo para me explicar a função, o lugar dele, que eu iria fazer desde aí. Cresci muito com Jesus», reconheceu o futebolista sobre o seu técnico no Benfica.

Os melhores vocábulos também para Rui Vitória. «Já tinha estado com ele no P. Ferreira: fomos felizes, ganhámos muitos títulos», afirmou Pizzi, sobre o atual selecionador do Egito.

«Com quem tive mais prazer a jogar, foi com Bruno Lage. Treinos muito bons, gostava muito. Jonas, Rafa, Seferovic, João Félix, Florentino e eu relacionávamo-nos muito bem, fizemos uma época muito boa, marcámos mais de 100 golos [2018/19, Benfica]. Éramos muito felizes dentro de campo», foi a lembrança nostálgica de Pizzi.

O Benfica continua interessado em Ricardo Horta, e caso o capitão do Sp. Braga se mude para a Luz, já tem o número 21 – o que usa atualmente – à sua espera.

Em entrevista ao Canal 11, Pizzi, o antigo 21 dos encarnados, revelou que falou com André Horta, irmão de Ricardo, a esse propósito.

«Gosto muito do Ricardo Horta, tenho uma relação de amizade com ele, assim como com o irmão [André]. Tem muita qualidade. Entendo a parte do presidente do Sp. Braga [António Salvador] em não o querer vender, mas gostava muito de o ver no Benfica», começou por dizer.

«Já disse ao irmão [André Horta] que o número 21 estava guardado para ele. Gostava muito de o ver no Benfica. Acho que iria encaixar muito bem no sistema», acrescentou.

Na mesma ocasião, Pizzi deixou ainda elogios a João Félix, que elege como o jogador mais talentoso com quem jogou.

«O João é um dos jogadores com mais qualidade que vi. Quando vi o primeiro treino dele, disse: “Está aqui alguma coisa diferente.” Adoro a maneira como ele joga, o perfume que tem dentro de campo e sempre me identifiquei muito com ele. É um dos melhores jogadores com quem já joguei. (…) Tem qualidade para estar no mesmo patamar do Mbappé. Não sei se vai chegar, mas tem qualidade.»

Nota ainda para Bruno Fernandes, de quem Pizzi diz ser muito amigo, apesar do «mau feitio» que demonstra dentro de campo.

«O Bruno Fernandes é muito chato dentro de campo. É uma forma de estar ativo dentro de campo. Eu também era, agora estou melhor. Mas o Bruno Fernandes é um daqueles exemplos de jogadores que em campo são muito chatos, mas fora do relvado é uma pessoa espetacular. Como o João Pereira, que dentro de campo era um ranhoso, mas depois cá fora era espetacular», atirou.

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