Luís Castro, treinador da Equipa B do Benfica, perspetivou o arranque da Segunda Liga na época 2022/23 e fez um balanço da pré-temporada. Entre outros temas abordados na entrevista à BTV, a ligação com a Equipa A foi um dos assuntos em destaque.
Depois dos Sub-23 e da conquista da UEFA Youth League com os Sub-19, Luís Castro iniciou um novo desafio: preparar os jovens jogadores do Benfica no contexto competitivo da Segunda Liga. O novo treinador da Equipa B traçou um balanço positivo da pré-temporada e acredita que o grupo de trabalho está preparado para o arranque do Campeonato, que acontece já neste sábado, 6 de agosto, às 18h00, no Benfica Campus, com o Académico de Viseu.
Confiante numa boa época, Luís Castro reitera que, apesar de a vitória estar sempre presente nos objetivos de todos, preparar os jogadores para a Equipa A continua a ser a prioridade. Para isso existe uma ligação estreita entre a primeira e a segunda equipa, sendo que os escalões abaixo não são esquecidos.
PRÉ-TEMPORADA
“A prioridade foi mesmo tentar jogar com equipas de Segunda Liga, porque é um contexto diferente para a maioria dos jogadores do grupo. Principalmente por uma questão mental, para eles sentirem o que são as equipas da Segunda Liga. Sabemos que eles têm qualidade para isso. Faço um balanço positivo. Foi em crescendo. O objetivo era corrigir alguns pormenores, porque os jogadores estão mais que identificados com a nossa forma de jogar e com aquilo que é o Benfica. Felizmente para nós foram acontecendo alguns erros na pré-época, que é onde eu gosto que aconteçam porque podemos corrigir. Foi uma pré-época em crescendo.”
O GRUPO DE TRABALHO
“É um grupo muito novo, que chega agora, praticamente todo, à equipa B. Da época passada são poucos os que estão aqui. Têm menos idade e menos experiência do que é o normal, mas é um grupo com muita qualidade. Isso é o mais importante e é o que não falta na equipa. Este é um campeonato que vai puxar um pouco mais do que eles estão habituados e que os vai preparar para o próximo passo, que é chegar à Equipa principal. É isso que tentamos aqui, preparar o máximo de jogadores para a Equipa principal. Não tenho dúvidas que estão aqui jogadores que vão chegar a esse nível. Penso que uma Segunda Liga lhes vai dar experiências e os problemas necessários para o próximo passo. O conhecimento mútuo entre equipa técnica e o grupo de jogadores é mais um ponto positivo, já que permite que o trabalho seja muito mais fluído. Os atletas já sabem o que pretendemos e como queremos que eles se comportem, por isso é uma questão de ajuste.”
“O nosso objetivo é que apareçam durante a época mais Moratos, Florentinos e Gonçalos, etc., para nos darem alegrias na equipa principal e para estarem aptos para o Benfica ser o clube que merece, um clube de topo europeu”
Luís Castro
AS CARAS NOVAS
“O Muanza já está connosco a algum tempo. É um jogador nos padrões daquilo que queremos na Equipa B, pela idade e pelo potencial. Até agora tem dado bons indicadores, tem qualidade que pode ajudar o grupo naquilo que são as pretensões da equipa. O Lenny [Lacroix] começou a treinar nesta semana, ainda é muito precoce. É um jogador que vem para ajudar, também nos padrões daquilo que pretendemos, é uma contratação do Clube. Temos perspetivas que evolua, que venha a ser melhor que aquilo que já observámos. Tem potencial para isso e vai ajudar de certeza.”
LIGAÇÃO COM A EQUIPA A
“Existe essa proximidade, importante para o Clube e para o futuro dos jogadores. Penso que vai continuar a haver, como é evidente, tendo o Benfica a melhor formação do mundo. É óbvio que o Benfica vai continuar a aproveitar. Ainda na terça-feira felizmente tivemos uma demonstração do Gonçalo Ramos (com um hat-trick), do Florentino e do Morato daquilo que fabricamos. Penso que vamos continuar a aproveitar e o treinador da equipa principal está atento. Essa ligação entre Equipa principal e Equipa B é estreita. Quanto ao estilo de jogo, em alguns aspetos já tem parecenças, que já tinha em uma ou outra coisa, mas naquilo que pudermos vamos tentar ajudar ao máximo, porque estamos aqui para servir o Clube. Não há a menor dúvida que trabalhamos todos para servir a Equipa principal.”
A EQUIPA B E A LIGAÇÃO COM AS RESTANTES EQUIPAS DA FORMAÇÃO
“É uma ligação mais frequente, como é evidente. Com os Sub-23 e com os Sub-19, reunimo-nos todas as semanas até devido à flutuação dos jogadores, à dinâmica implementada para a melhor evolução dos atletas no modelo coletivo, olhando muito para o individual que requer que estejamos num contacto permanente. Costumamos dizer que não são jogadores da B, dos Sub-23 ou dos Sub-19, são jogadores do Benfica. Mediante aquilo que nós pensarmos ser a necessidade individual de cada jogador durante a época, mediante os problemas que pensamos que eles necessitam, fazemos os ajustes necessários semanalmente. Isso é conversado. Não andamos a mudar de jogadores todas as semanas, mas falamos regularmente. Isso está muito definido e tem felizmente funcionado muito bem.”
“Queremos vencer todos os jogos, mas ainda não estamos num patamar em que podemos colocar o objetivo do resultado à frente do que é o objetivo da formação dos nossos talentos”
AS DIFERENÇAS ENTRE O CONTEXTO FORMATIVO E O PROFISSIONAL
“A Equipa B é um contexto de transição, nem é cem por cento profissional, nem é cem por cento de formação. É profissional porque estamos num contexto profissional. Ao trabalhar para a Equipa principal tem de ser um contexto ainda mais profissional que nos Sub-23, e nos Sub-23 já é muito profissional. A Segunda Liga é mais estável, já nos permite uma planificação mais prolongada. Nós treinamos à mesma hora que a Equipa principal porque somos um suporte dela. Estamos muito perto da Equipa principal, mas continuamos com a preocupação óbvia de formar jogadores e, nessa altura, voltamos a falar de formação. Queremos vencer todos os jogos, mas ainda não estamos num patamar em que podemos colocar o objetivo do resultado à frente do que é o objetivo da formação dos nossos talentos. Se o objetivo fosse esse, de certeza que não tínhamos um plantel tão jovem numa Segunda Liga. Continua a ser formação para o potencial do jogador para a Equipa principal, e é um contexto profissional porque estamos numa liga profissional.”
A TEMPORADA 2022/23
“Vai ser um ano muito competitivo. Há clubes com história, há outros clubes que pelos reforços adquiridos têm plantéis melhores que na época passada. Vai ser um bom ano para os nossos jogadores. Vamos encontrar equipas muito fortes que nos vão permitir ter um contexto competitivo próximo do que é uma Primeira Liga. Vai ser ótimo para nós. Os Sub-23 já têm um contexto alto, mas a Segunda Liga é ainda mais competitiva, aproximando os jogadores muito mais daquilo que vão encontrar na Equipa principal. A minha expectativa é muito positiva, penso que a equipa vai fazer mais do que o normal, porque o nível individual é muito alto. O principal objetivo é olhar jogo a jogo e não de outra forma, porque senão não damos os passos certos. Primeiro, o nosso objetivo é que apareçam durante a época mais Moratos, Florentinos e Gonçalos, etc., para aquilo que é a grandeza do Clube. Para nos darem alegrias na equipa principal e para estarem aptos para o Benfica ser o clube que merece, um clube de topo europeu. Não há nada que me orgulhe mais, a mim e às pessoas da formação.”
“Vamos encontrar equipas muito fortes que nos vão permitir ter um contexto competitivo próximo do que é uma Primeira Liga. Vai ser ótimo para nós”
O PRIMEIRO ADVERSÁRIO NA SEGUNDA LIGA: O ACADÉMICO DE VISEU
“A expectativa é começar com uma vitória. É para isso que trabalhamos. Penso que o grupo está preparado. O Académico de Viseu tem um plantel muito melhor que na época passada. Reforçou-se bem. É sem dúvida um clube que está mais forte, mas também é isso que pretendemos para a nossa evolução. O Académico de Viseu tem um plantel para fazer uma boa época na Segunda Liga. Vai ser um bom teste.”
MENSAGEM PARA OS ADEPTOS
“Acima de tudo apoiem a equipa. Eles são os primeiros a dar o máximo pelo Clube. Não há nenhum jogador da formação que não tenha o sonho de chegar à Equipa principal. Se falarmos com eles, os sonhos deles não são receber mais e fazer grandes contratos. Se falarmos de objetivos é sempre o de chegar à Equipa principal. Não são todos, mas a maioria deles têm o Benfica no coração, são adeptos também. Outros quando aqui entraram não eram, hoje já o são. Aprenderam a amar o Clube. Por isso, quando olharem para eles e virem um erro, exijam o máximo tal como nós o fazemos, mas sejam também os primeiros a dar-lhes conforto, um aplauso, porque é o que fazemos aos nossos filhos, e estes aqui no Seixal são os nossos filhos.”