Cher Ndour, 17 anos, partilhou a alegria por ter assinado pelo Benfica em julho de 2020, pela conquista da Youth League e pela perspetiva de jogar na equipa principal dos encarnados. O médio italiano, em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport, assinalou ainda que «o Benfica tem uma das melhores formações na Europa» e provou-o com a conquista da Youth League. Contra o Salzburgo, na final, Ndour assinou um dos seis golos da vitória.
«Foi uma grande satisfação, mas o importante foi, finalmente, termos vencido a Youth League. Perdemos [Benfica] três finais e pensavam que não estivéssemos à altura. E no entanto…», começou por dizer o internacional pelas seleções jovens italianas.
Filho de pai senegalês e de mãe italiana, Ndour, natural de Brescia, começou no San Giacomo, jogou no Brescia e depois na Atalanta, antes de mudar-se para o Seixal. «Depois das equipas da minha cidade e da Atalanta, queria recomeçar do zero. Precisava de sentir-me importante. No estrangeiro há muito mais oportunidades para os jovens», justificou o desejo de rumar a Portugal, seduzido pelo Benfica. «Não era a única possibilidade. O Bayern e equipas inglesas queriam-me, mas o projeto do Benfica é importante. O Benfica Campus é belíssimo: além do estádio e dos campos de treino, tem ginásios, piscina, aulas dedicadas ao estudo e salas ao tempo livre», contou o jovem, que levantou um pouco o véu sobre as celebrações em Nyon, depois do triunfo sobre os austríacos: «Corri para a bancada, onde tinha os meus pais, mas não os vi logo, tinha começado a festa. Depois, encontrei-os e abraçamo-nos com força.»
Ndour diz que os jovens da equipa dos encarnados «ouviram falar» da maldição de Béla Guttmann: «Mas não pensámos nisso. E, depois, diz respeito à equipa principal. Acabámos em parte com ela.» O jovem sente-se «honrado» quando o comparam a Paul Pogba, mas acrescenta logo «que ainda é cedo». Será «um sonho» jogar «contra ou ao lado» do médio francês. «Entretanto vou fazendo o meu caminho. Em Brescia, via-o sempre do meu sofá», acrescenta.
O médio italiano sente que no Benfica se dá «mais importância aos jovens» do que em Itália. «Sou um felizardo, já me treinei algumas vezes coma equipa principal. Espero estrear-me em breve», confessa Ndour, questionado sobre as sensações de trabalhar com João Mário, Meité ou Valentino Lázaro: «Quem me impressionou mais foi Taarabt. Não sabes o que esperar cada vez que tem a bola. É incrível», revela o jovem.
«Agora não penso na Serie A, talvez mais à frente. Estou concentrado no Benfica», atira, alimentando, também, poder continuar nas seleções jovens italianas: «Joguei em todas, em março estive com os sub-18. Em junho haverá o Europeu sub-19 e espero lá estar.»
