Filip Djuricic confessa que apenas Luisão impediu confronto físico com Rui Costa

Filip Djuricic, médio sérvio que teve passagem sem grande protagonismo pelo Benfica, recordou um episódio com Rui Costa, então diretor desportivo e agora presidente, que acabou por lhe abrir a porta de saída do clube.

«Depois de ter entrado bem num jogo, era suposto ser titular na partida seguinte, mas comecei no banco. O treinador mandou-me fazer aquecimento muito cedo e manteve-me sempre em movimento. Quando vi que ele chamou outro jogador para entrar, fui diretamente para o balneário. Rui Costa viu-me e foi atrás de mim. Houve um confronto verbal e foi lendário capitão Luisão que evitou um confronto físico», lembrou ao site Sportklub, assumindo que esse episódio foi, para ele, a «gota de água»:

«No fim, o clube cedeu e permitiu que saísse sem compensação porque não queria ficar com má reputação. Despedimo-nos em tom relativamente amigável.»

Rui Costa que, de resto, tinha sido influente na decisão de Djuricic em rumar ao Benfica quando estava a ser cobiçado por vários clubes depois de se destacar no Heerenveen.

«Estava perto de me mudar para o Ajax e tinha recebido várias ofertas de clubes como o Arsenal, o Dortmund, o Liverpool, o Inter e também o Milan. Optei pelo Benfica porque me parecia a melhor opção na altura. Era uma equipa dominante no campeonato nacional e disputava a Liga dos Campeões. Era crucial que eu fosse um grande desejo do clube e do diretor Rui Costa e foi ele que me convenceu a ir para Lisboa. Disse-me que eu ficava com a camisola 10. ‘Depois de mim e do Aimar és tu, com uma equipa que será formada à tua volta’, disse-me. Naquele momento, eu era a maior transferência da história do clube. É um indicador do quanto eles estavam interessados e do quanto as coisas mudam no futebol de hoje.»

Djuricic explicou depois os motivos pelos quais não conseguiu vingar de águia ao peito:

«O motivo principal teve a ver com o facto de não estar nos planos do treinador, ainda que fosse um projeto do clube. No segundo treino, Jorge Jesus disse-me que não jogava com médios-ofensivos e que eu seria a última opção para o meio-campo ou seria avançado. Fiquei em choque. Negociei com vários clubes e vim para cá onde pensei que daria o melhor passo na carreira e acontece-me isto. O Matic disse-me para me concentrar e que o treinador queria realmente tirar o melhor de mim. Nem comecei mal, joguei na Liga dos Campeões, marquei um golo ao Anderlecht e os primeiros seis meses foram bons, mas depois disso tudo foi por água abaixo. O treinador disse-me que era melhor ir para outro clube. Eu não queria, mas percebi que não tinha escolha porque, se ficasse, ficaria estagnado. Mesmo aqueles empréstimos que tive não foram as soluções mais felizes.»

Djuriric foi contratado ao Heerenveen em 2013, por seis milhões de euros, e na primeira época fez dois golos e duas assistências em 22 jogos pelo Benfica. Seguiram-se empréstimos ao Mainz, Southampton, Anderlecht e Sampdoria até sair em definitivo, em 2017, para o clube italiano.

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