
O médio marroquino Adel Taarabt, 32 anos, concedeu uma entrevista ao ‘The Athletic’, na qual, entre vários temas, falou da adaptação a médio-centro, processo que começou ainda com Bruno Lage.
«É uma posição diferente, onde não posso arriscar tanto. Em Inglaterra jogava livre, só me pediam para criar, agora faço as duas coisas, criar e defender. Preciso de ter muita disciplina e fazer a equipa jogar», explicou.
A ligação de Adel Taarabt ao Benfica tem sido feita de altos e baixos, mas melhorou bastante com Bruno Lage e vive agora bom momento com Nélson Veríssimo. Em 2020 aceitou baixar o salário e explicou porquê em entrevista ao ‘The Athletic’.
«Quis fazê-lo porque o clube era incrível e sempre me apoiou em todas as fases que passei. Foi a decisão certa», atirou.
Esta época Taarabt soma 35 jogos e um golo em todas as provas.
Na entrevista concedida ao ‘The Athletic’, Adel Taarabt falou sobre os tempos passados no futebol inglês (Tottenham, Queens Park Rangers e Fulham).

«Em Inglaterra, é difícil para quem chega. Contratam-te e depois deixam-te sozinho. Na academia do Benfica, com 13 ou 14 anos estão a pensar como verdadeiros atletas. Eu, quando cheguei na Inglaterra, treinava-me uma ou duas horas e depois ficava sozinho. A única coisa que te pedem é que te apresentes em campo, e eu vim para o Benfica com essa mentalidade. Pensava que seria a mesma coisa, mas não…»
Em 2018/2019, depois de cedências ao Génova, as coisas começaram a mudar e jogou finalmente pela equipa principal das águias – já tinha atuado pela B na primeira época no clube, 2015/2016, e também nessa de 2018/2019. «Fiquei mais tranquilo, mudei a minha vida, dei mais tempo à família, tornei-me um verdadeiro profissional. Fiz alterações na forma de comer, de dormir, vou ao ginásio todas as manhãs, Sinto-me melhor, mais em forma. Agora acredito mais no que as pessoas me diziam. Quando era mais jovem pensava que estava sempre certo. Adorava jogar futebol, mas não acreditava no resto, que hoje sei que faz a diferença. Ser saudável, dormir bem, tudo isso», vincou.
Recordou ainda as conversas com o treinador que lhe estendeu a mão na Luz, Bruno Lage: «Disse-me que não entendia como é que eu estava naquela situação. Quando ele chegou, não nos conhecíamos, mas eu estava a treinar muito bem e ele ficou satisfeito com isso.»
Apesar dos erros cometidos e do tempo perdido, não olha para trás com mágoa: «Algumas pessoas comentam que eu poderia ter sido um dos melhores jogadores, mas não penso assim. Aproveitei o meu tempo quando tinha 18, 19, 20 anos. Joguei no Tottenham, joguei no Milan, joguei na Champions, joguei com vencedores da Bola de Ouro como Luka Modric e Kaká. Sim, talvez pudesse ter sido melhor, mas ainda assim estou muito orgulhoso da carreira que tive», expressou.