Foi esta noite aprovada, em Assembleia Geral, a composição do novo Conselho de Administração da Benfica SAD, com o desfecho que era esperado, ou seja, com a nomeação do administrador indicado pelo acionista José António dos Santos, o ‘rei dos frangos’ (tem esse direito porque há muito que detém mais de 10 por cento de ações). O administrador em causa é, como se sabia, Pires de Andrade, presidente da Mesa da AG no tempo de presidência de Luís Filipe Vieira e pessoa próxima do ex-presidente e de José António dos Santos, ambos arguidos no processo Cartão Vermelho.
Já preparado para este cenário, ou seja, para a intransigência do ‘rei dos frangos’ quanto à entrada de Pires de Andrade para o Conselho de Administração, o Benfica tinha proposto o aumento do número de administradores, de seis para nove elementos, com Pires de Andrade a substituir o último nome masculino da lista proposta pelas águias, ou seja, Rui Manuel Vieira do Passo, sem que deixe de ser cumprida a lei relativamente à obrigatoriedade de representação feminina (um terço) na composição das administrações das sociedades cotadas em Bolsa.
Recorde-se que o nome de Pires de Andrade não agrada à Direção do Benfica, pelas relações já referidas, de tal forma que, insólito, Pires de Andrade foi o único a votar favoravelmente a própria entrada no Conselho de Administração, todos os outros elementos votaram contra. Um formalismo, é certo, pois a entrada de Pites de Andrade não podia ser vetada, mas que vinca as duas fações agora presentes no elenco e a guerra que este tema abriu entre o atual executivo, liderado por Rui Costa, e o anterior presidente, Luís Filipe Vieira.
De vincar que, está em equação, depois da primeira reunião do Conselho de Administração (como manda a lei) a formação de uma comissão executiva dentro do conselho de administração; mais restrita, responsável pelas decisões e que possa manter em núcleo fechado boa parte das discussões. É um mecanismo de funcionamento interno do Conselho de Administração e que obriga à votação dos administradores – com Pires de Andrade isolado, não será problema a aprovação. Esta seria uma forma de retirar poder ao ‘rei dos frangos’ e limitar ao máximo o acesso à informação por parte deste acionista e de Luís Filipe Vieira.
Recorde-se que o assunto deveria ter ficado fechado no passado dia 6, mas a intenção de José António dos Santos de nomear um administrador levou ao cancelamento e reagendamento, para hoje, da Assembleia Geral, por vídeo. A proposta inicial do Benfica, com seis elementos, apresentada na AG de dia 6, contemplava os nomes de Rui Costa para presidente e de Domingos Soares de Oliveira, Luís Paulo da Silva Mendes, Manuel Ricardo Gorjão Henriques de Brito, Maria Gabriela Rodrigues Martins da Camara Pestana e Maria do Rosário Amado Pinto Correia. Os novos nomes propostos foram os de Maria Rita Santos de Sampaio Nunes, Lourenço de Andrade Pereira Coelho e o já referido Rui Manuel Vieira do Passo, que é substituído por Pires de Andrade.
Eis então a composição final dos cargos sociais do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da mesa da Assembleia Geral da Benfica SAD para o quadriénio 2021/2025:
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente: Nuno Miguel Miranda de Magalhães
Vice-Presidente: Pedro Miguel Santiago Neves Faria
Secretário: Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente: Rui Manuel César Costa*
Vogal: Domingos Cunha Mota Soares de Oliveira
Vogal: Luís Paulo da Silva Mendes
Vogal: Manuel Ricardo Gorjão Henriques de Brito
Vogal: Maria Gabriela Rodrigues Martins da Camara Pestana
Vogal: Maria do Rosário Amado Pinto Correia
Vogal: Maria Rita Santos de Sampaio Nunes
Vogal: Lourenço de Andrade Pereira Coelho
Vogal: António Pires de Andrade
*O representante do Benfica no Conselho de Administração
CONSELHO FISCAL
Presidente: João Albino Cordeiro Augusto
Vogal: Carlos Alberto Barreto da Rocha
Vogal: Maria Ema de Assunção Palma
Suplente: Rui Manuel Frazão Henriques da Cunha
