
A Liga Portugal realizou, esta quarta-feira, mais uma edição das Jornadas Anuais, tendo apresentado conclusões e propostas de alterações regulamentares que surgiram de mais uma época de trabalho em comum entre o organismo que tutela o futebol profissional e os clubes.
De entre as principais conclusões de cada grupo trabalhado destaque para a possibilidade de redução da Liga para 16 clubes a partir da temporada 2022/23, evitando uma sobrecarga do calendário desportivo, tendo em conta a proximidade do Campeonato do Mundo do Catar, permitindo a preparação do novo ciclo da UEFA 2024-2027.
Em agenda está também a proposta de criação de um ‘play-off’ a uma só mão entre o terceiro e o quarto classificados da Liga 2, em casa do terceiro colocado, cujo vencedor disputaria a seguir o acesso à Liga com o 16.º posicionado do principal escalão, num formato extensível à recém-criada Liga 3, que arrancará a partir da próxima época.
Nas conclusões do grupo de trabalho das competições consta ainda a hipótese de as meias-finais da Taça de Portugal, sob égide da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), regressarem ao formato de eliminatórias a um só jogo, desta vez em campo neutro.
Já a Taça da Liga sofreria também reformulação competitiva, com a primeira ronda a apurar 14 clubes, entre 16 da Liga 2 e 12 da Liga, para um segundo patamar, ao qual se juntariam os dois participantes portugueses na futura Liga das Conferências da UEFA.
Eis todas as conclusões:
Grupo de Trabalho das Competições
– Possibilidade de redução da Liga NOS para 16 equipas em 2022-23, evitando uma sobrecarga do calendário desportivo, tendo em conta a proximidade do Campeonato do Mundo do Catar, permitindo a preparação do novo ciclo da UEFA 2024-2027;
– A criação de um Playoff entre o 3.º e o 4.º classificado da Liga Portugal SABSEG, a ser disputado numa partida, em casa do 3.º classificado – o vencedor disputaria depois um segundo Playoff, frente ao 16.º classificado da Liga NOS, estando em disputa o acesso à Liga NOS. Este mesmo formato da Liga Portugal SABSEG seria, então, replicado para a Liga 3;
– As meias-finais da Taça de Portugal passarem a ser disputadas apenas a uma mão e em estádio neutro;
– No que toca à Allianz CUP, passar a ser disputada em 3 fases diferentes. Uma 1.ª fase, com 16 equipas da Liga Portugal SABSEG + 12 equipas da Liga NOS (exceção das equipas participantes nas competições internacionais). A 2.ª fase seria disputada entre as 14 qualificadas da fase inicial + 2 equipas que disputarão a UEFA Europa Conference League. A 3.ª fase seria disputada numa fase de grupos com 12 equipas (8 da 2.ª fase + 4 melhores classificados). 4 grupos de 3 equipas cada, onde o vencedor de cada grupo se qualificaria, então, para a Final 4;
– Aposta na potenciação, na sustentabilidade ambiental, na imagem e polivalência das infraestruturas;
– Criação de um Guia de Acessibilidades, auxiliando as Sociedades Desportivas a tornarem os Estádios a tornarem-se acessíveis;
– Atualização da Sanção Desclassificação, mantendo o mesmo critério quer se trate de uma desclassificação na 1ª ou na 2ª volta, para que as equipas não sejam beneficiadas ou prejudicadas, em virtude de uma qualquer equipa;
– Licenciamento de seis estádios alternativos pela Liga Portugal, nos casos de interdições ou suspensões de recintos, tanto na Liga NOS, como na Liga Portugal SABSEG.
Grupo de Trabalho de Conteúdos e Media
– Criação de um portal de Acreditação Media, uma ferramenta que surge para facilitar e dar mais transparência a todo o processo de acreditação numa só plataforma;
– Realização do Manual de Realização televisiva;
– Reforço da aposta e criar regulamentação para competições de e-Sports organizadas pela Liga;
Grupo de Trabalho de Marketing:
– Continuidade de investimento no produto visual;
– Desenvolver uma plataforma de venda centralizada de bilhetes destinados às zonas de Cartão de Adepto;
– Apresentação do Thinking Football Summit, feira do Futebol que acontecerá entre 2 e 5 de setembro, na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, no Porto;
Grupo de Trabalho Financeiro
– Alterações no Manual de Licenciamento 2021-22, com a introdução de novas rúbricas no Anexo 1, alteração do critério de calendarização, inclusão das transferências definitivas de treinadores e o melhoramento do critério de transparência;
– Promover reunião/Articulação com a FPF com o intuito de validar valores finais do plano do Totonegócio;
– Monitorização e acompanhamento da evolução das verbas decorrentes das apostas desportivas;
– Estabelecer uma distribuição justa e equitativa da receita obtida das apostas desportivas;
– Redução do IVA dos bilhetes nos Espetáculo Desportivos para 6%.
Grupo de Trabalho Jurídico
– Reformulação do Regulamento das equipas B;
– Reavaliar o modelo competitivo e o regulamento da Allianz CUP, face à intensidade do calendário;
– Definir as linhas de uma proposta de revisão dos diplomas legais vigentes que permita à Liga Portugal e às Sociedades Desportivas a adoção de um modelo mais eficiente e abrangente de escrutínio dos investidores;
– Aumento da sensibilização e reforço das ações de fiscalização no combate à pirataria;
– Reflexão em torno do quadro legal aplicável às habilitações dos treinadores;
Grupo de Trabalho de Prevenção e Segurança:
– Criação de um Departamento de Segurança na Liga Portugal;
– Aposta na formação integrada e contínua de OLA (Oficial de Ligação aos Adeptos) e de ARD (Assistente de Recinto Desportivo);
– Criação da figura do RAD (Responsável de Acessibilidade de Deficientes);
– Acompanhamento da implementação da Lei 113/2019;
– Acompanhamento da implementação do Cartão do Adepto, segundo deliberação governamental:
– Acompanhamento da ZCEAP (Zonas com Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos).
Grupo de Trabalho de Tecnologia
– Atualização e melhoria do sistema ELIGA;
– Inclusão regulamentar do projeto tactical feed;
– Alterações de segurança nas plataformas da Liga Portugal;
– Planeamento de ações de formação em 2021-22 sobre segurança digital;
Grupo de Trabalho de Responsabilidade Social:
– Criação de um Guia Modelo de Acessibilidades;
– Apoiar as Sociedades Desportivas na implementação das boas práticas ambientais;
– Identificar o papel da Fundação do Futebol – Liga Portugal e das Sociedades Desportivas no desenvolvimento de uma Política de Responsabilidade Social para as suas comunidades.