
Durante a apresentação da lista às eleições para a presidência do Benfica, marcadas para 30 de outubro, Luís Filipe Vieira deixou vários recados aos restantes candidatos.
«Não basta invocar o futuro como argumento eleitoral. O futuro não é o que se promete, mas sim o que se conquista. O futuro não se alcança com tiradas demagógicas ou títulos de jornais. Tenho a credibilidade do trabalho feito no passado para poder garantir o futuro, enquanto outros, que hoje prometem o futuro, não estiveram no passado. Essa é a diferença entre os que prometem e os que já provaram que fazem», disse, antes de prosseguir:
– Fazer promessas em 2020 é fácil, mas não vi essa energia, nem essa disponibilidade – em nenhum dos que hoje se propõem liderar o Clube – em 2003, 2006 ou 2009. Não os vi avançar quando o Benfica atravessou um dos seus períodos mais críticos. E não venham dizer que estiveram apenas porque aparecem numa fotografia.
«“Vender” o futuro quando não se tem responsabilidades é fácil; assumir a crítica como rotina diária não é apresentar-se como alternativa, é apenas uma irresponsabilidade», disse ainda o presidente do Benfica, numa resposta aos ataques de que tem sido alvo por parte dos restantes candidatos.
Na corrida à presidência do clube com outros três candidatos, Luís Filipe Vieira explicou porque, ao fim de 17 anos na liderança do Benfica, porque continua a ser a melhor opção para comandar os destinos do clube.

«Parto para estas eleições com a mesma ambição e a mesma determinação que tinha em 2003. Não mudei, cumpri e continuarei a cumprir com a promessa que fiz quando assumi, pela primeira vez, o lugar mais nobre e de maior responsabilidade do Sport Lisboa e Benfica», disse esta sexta-feira durante a apresentação da lista com a qual irá concorrer a mais um mandato.
«Em alguns momentos, falhei por ação, mas nunca por omissão. Sempre estive presente, sempre agi em função da minha consciência e da visão que tinha para o Benfica. Nunca fugi nas tempestades, nem hesitei nas crises. E é assim que vou continuar», acrescentou, para depois atirar:
«Assumo o que sempre assumi no passado: trabalho e total dedicação ao Clube. Foi assim que chegámos aqui. E é assim que vamos continuar a crescer.»
«A nossa história é uma história de superação, de persistência, de carácter, de querer. É uma história de resistência, de sucesso. Continuemos fiéis à nossa história! Obrigado por me acompanharem em mais esta etapa!», rematou.
Vieira tinha iniciado o discurso evocando Luís Santos, técnico de equipamentos do clube que faleceu esta quinta-feira, aos 53 anos, vítima de doença prolongada: «Queria fazer uma referência a alguém muito especial dentro do Benfica. Alguém que era essencial dentro da nossa equipa de futebol, mas que poucos conheciam cá fora. Infelizmente, deixou-nos ontem! O Luís Santos marcou várias gerações de jogadores. Fica um vazio difícil de preencher!»

Seguiram-se palavras para Rui Pereira, que avança como candidato a presidente da mesa da Assembleia Geral: «Um senador do país, mas, acima de tudo, um enorme benfiquista que nos vai emprestar o seu conhecimento, a sua experiência, a sua ponderação. É um privilégio poder contar com ele na minha lista.»
E ainda Fonseca Santos: «Regressa agora, depois de ter sido testemunha privilegiada das dificuldades que tivemos de superar e de como fizemos das fraquezas forças. Regressa para servir o Clube. Foi daqueles que estiveram no passado, dos que me acompanharam numa das fases mais críticas da nossa história. Obrigado por ter aceitado o meu convite!»
Sobre a lista que esta sexta-feira entregou na secretaria do clube: «Os nomes que aqui estão são a melhor garantia de que não perderemos nada do que foi conquistado nos últimos 17 anos, mas são também garante de continuidade e de futuro. Todos somam, todos acrescentam!»
«Na diversidade das suas origens, a lista que aqui apresento garante espírito crítico, rigor, independência. Garante coesão e, acima de tudo, garante os valores em que se fundou o Sport Lisboa e Benfica», rematou.