A criação de uma Superliga Europeia está na boca do mundo futebolístico. Desde há três anos para cá, de uma forma mais vincada, foi posta a circular a ideia de se criar uma liga onde sejam integradas apenas algumas das melhores ou mais prestigiadas equipas das principais ligas europeias. A saber, as federações de Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Espanha, pretendem uma competição fechada entre estes.
A ideia está ainda em fase de estudo. Mas a abertura da competição a outras ligas desta esfera do top-5 parece difícil. Não é um conceito fechado, pelo que cabe a alguns grandes clubes de outros países periféricos do futebol, como é o caso de Portugal, agir e fazer pela vida.
A Liga Portuguesa de Futebol é uma competição que não vende lá fora. As polémicas e ausência de competitividade das nossas equipas em provas europeias, não são de todo favoráveis à propaganda do nosso produto interno futebolístico.
Existem no entanto excepções a nível individual, onde alguns nomes europeus destas ligas secundárias podem e talvez devam ser considerados para integrar uma grande e única competição europeia.
Desta lista, temos vários campeões europeus que ficariam prejudicados em detrimento de outras equipas menores, que apenas por integrar uma das cinco ligas principais teriam o seu passaporte para essa tal Liga Europeia.
Benfica, FC Porto, Celtic Glasgow, Estrela Vermelha, Steaus Bucareste, Ajax, PSV Eindhoven ou Feyenoord, são algumas das equipas com títulos europeus que ficariam de fora. Ligas com poder financeiro como são os da Rússia ou Turquia seriam igualmente penalizados.
Mas onde é que estas equipas podem argumentar no sentido de poderem ser considerados para a futura liga ainda mais milionária? A história por si só não servirá. Neste particular, a única forma será convencer quem de direito de que existem vantagens económicas em integrar algumas destas equipas.
Não havendo poderio financeiro nestes clubes, por via de competirem em ligas internas com menor visibilidade, o prestígio internacional de alguns deles de forma individual, poderá ser importante e quiçá vital. E o prestígio internacional vê-se pelas marcas pela qual são patrocinados. Estas marcas patrocinadoras escolhem por norma equipas e competições que gerem retorno.
No nosso caso particular português, o Benfica é o único que tem dimensão externa suficiente para atrair patrocinadores como a Adidas e Fly Emirates. Marcas estas que patrocinam de igual forma outras grandes equipas que fazem parte das grandes e principais ligas do velho continente. Não serão com certeza marcas menores (do panorama internacional) como a Meo, a New Balance ou a Macron que terão o peso de ajudar a convencer quem quer que seja, para estas equipas poderem fazer parte deste plano.
O que o Benfica precisa de fazer, e com certeza que a estrutura encarnada altamente profissionalizada estará atenta, é precisamente convencer os seus patrocinadores de renome internacional que só têm a ganhar (ainda mais), com a integração do clube das águias nesta competição. Penso que serão os patrocinadores dessa futura competição, onde deverá ser uma inevitabilidade a sua constituição, a ter a palavra final na escolha destas equipas.
O Benfica é das poucas equipas fora da esfera do denominado top-5 que podem aspirar a um lugar. O FC Porto, pelo contrário, e apesar dos dois títulos europeus e actual ranking da UEFA, peca por ter como patrocínio uma marca (Meo/Altice) com menos relevância internacional e de vestirem a marca New Balance, ao invés de uma das marcas que dominam a nível mundial (Adidas e Nike). Nada favorável.
Um exemplo indicador desta possibilidade de o Benfica poder ser considerado para integrar a futura Superliga Europeia, é o que se passa já no maior e mais prestigiado torneio internacional de pré-época. A International Champions Cup é o exemplo do que poderá vir a ser o modelo de escolha das equipas escolhidas. Fora das cinco principais ligas europeias, o Benfica foi o único clube chamado para disputar o certame, dando a parecer que a marca portuguesa é bastante tido em conta por quem organiza e procura retorno. E aqui mercados como o americano e asiático serão igualmente importantes, uma vez que a novel competição será para comercialização mundial e não apenas europeia.
Esta Superliga Europeia pode assim vir a ser uma competição não apenas das principais 5 ligas europeias, mas também das equipas com maior projecção mundial e dos grandes patrocinadores. Não será de admirar, portanto, que equipas russas possam igualmente vir a beneficiar por via da Gazprom. Isto se esta marca não renovar o seu patrocínio com a UEFA. Mas a UEFA e a FIFA serão outros problemas a ultrapassar para a criação desta nova competição de clubes. e que serão debatidos possivelmente noutra altura.
Lol