O Benfica descobriu-o em Castanheira de Pêra, mas a chegada aos encarnados foi… um autêntico pesadelo. Aos 8 anos, no dia dos treinos de captação agendados para o sintético da Luz, João Carvalho começou a chorar e não quis entrar em campo. “Vi tanta gente…”, recordou. Ultrapassado o susto inicial, a jovem promessa assentou arraiais no Benfica. O médio, 20 anos celebrados no dia 9 deste mês, é por estes dias o herói da nação benfiquista apesar de não vestir atualmente a camisola do Benfica: tudo porque, no domingo, marcou o golo do empate (1-1) dos sadinos no Estádio do Dragão, impedindo que o FC Porto destronasse os encarnados da liderança do campeonato.
Depois de na primeira metade da época ter alinhado pelas águias (somou 8 golos em 22 jogos em encontros da equipa B, Liga Jovem da UEFA e Premier League International Cup), João Carvalho foi cedido ao V. Setúbal em janeiro (o empréstimo prolonga-se até ao final da época) e, ao cabo do seu sexto encontro no principal escalão, estreou-se a marcar. Bem lá para trás ficou o sobe e desce de auto-estradas com o pai, antigo jogador da Académica, que o conduzia entre Castanheira de Pêra e a capital.
“Sou um jogador que gosta de arriscar, tenho boa técnica para poder complicar as jogadas, para fazer de forma mais bonita. Gosto de dar espetáculo de uma forma positiva e sei jogar em equipa”, assim se define quem gosta de jogar “a médio ofensivo” – “tento organizar o jogo”, sublinhou. Características que saltavam à vista em 2015, quando “a jovem promessa dos juniores que dava cartas na equipa B” estava já na mira de Rui Vitória.
João Carvalho, internacional pelas camadas jovens, não esconde o desejo de chegar ao topo e assume quais os jogadores que lhe servem de inspiração para tal. Além de Iniesta, do Barcelona, está um ex-jogador do Benfica. “Identifico-me muito com o Pablo Aimar. Vejo vídeos dele e tento chegar ao seu nível”, referiu em entrevista ao site das águias.
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