Contra tudo e contra todos, Benfica vence em Braga e mantém liderança

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Num jogo longe de ser brilhante, mas que foi de uma imprevisibilidade tremenda, Mitroglou desbloqueou o assunto perto do final e deitou por terra as aspirações de Jorge Simão e do seu conjunto, que foi mais rematador, mas menos eficaz.

O que, com Jonas, costuma ser uma dinâmica ofensiva mais rendilhada (romântica, podemos chamar-lhe assim), com Rafa passa a ser muito mais veloz, se bem que com o handicap de o ser com a velocidade dos jogadores e não da bola. Ou seja, a muita condução de bola de Salvio e Rafa em vertigem foi o método aplicado a abrir, com dois problemas: o português tem ainda um claro problema na decisão (passe ou remate) no último terço; Pizzi foi marcado em cima por Assis e quebrou vários momentos de transição com passes falhados ou hesitações.

Por aí se pode explicar que o frenesim que foi o ataque benfiquista no início do jogo se tenha revelado infrutífero. Foram 30 minutos a tentar um ritmo alucinante, talvez para querer resolver rápido o assunto e gerir o desgaste do encontro frente ao Dortmund estando em vantagem. Resultado? Ansiedade, passes falhados, espaço nas costas.

Aspetos que o Braga, recuado no terreno e a anular profundidade ao adversário, podia ter aproveitado, não fosse a equipa de Jorge Simão acusar do mesmo mal… a ansiedade. O momento não é o melhor e a pressa em decidir no último terço também não ajudou a melhores definições (Pedro Santos foi o melhor exemplo, a cruzar e a rematar). Razão pela qual a verdadeira oportunidade dos minhotos ter sido na sequência de uma bola parada, que Bataglia atirou ao poste. Ainda assim, 8-2 em remates era demonstrativo de maior objetividade.

Uma primeira parte a sugerir que os erros, com tal ritmo, iam continuar a aparecer. Urgia aos treinadores uma reflexão sobre isso.

Houve essa reflexão, que se refletiu num segundo tempo menos aberto, mais cauteloso, mas igualmente emocionante. Estava em causa a liderança da Liga NOS, que já foi de sete pontos em relação ao FC Porto e que podia deixar de ser encarnada. Contava também para a equação o peso do desgaste forasteiro.

Foi um período mais dividido, menos bonito, mais tático, menos próximo do golo. Meia hora de preparação mútua para os últimos minutos, onde um desequilíbrio seria fatal. Rui Vitória foi destemido, lançou Raúl para o jogo e partiu-o, mesmo sabendo que a luta a meio-campo estava longe de ser ganha pelas águias, apesar da melhoria evidente de Pizzi com o passar do tempo.

Com essa sensação de imprevisibilidade do desfecho do jogo e com a consciência de que uma vitória em Braga significava muito mais do que a manutenção da liderança (era uma injeção motivacional fulcral numa altura de aperto), o risco de Rui Vitória foi premiado.

Mitroglou, que já na época passada tinha sido desbloqueador em Braga com um toque de classe, inventou o golo. Há mérito na recuperação de bola de Pizzi, mas o momento do grego é fabuloso, ao sair de uma teia de jogadores bracarenses para acertar na vitória.

Houve depois ordem para recuar, o próprio Mitroglou deu lugar a Filipe Augusto e a tentativa de reação do Braga ficou-se por aí. O Benfica recupera a liderança e deixa para trás uma das barreiras mais complicadas.

Veja o resumo aqui

 

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