João Félix é o mais jovem de sempre a marcar na 2ª Liga

festeja-goloA 17 de setembro, João Félix tornou-se no mais novo de sempre a vestir a camisola da equipa B do Benfica, ao entrar no jogo com o Freamunde; a 15 de fevereiro passou a ser o mais novo de sempre mas a marcar na 2.ª Liga, apontando (90′) o único golo das águias diante do Ac. Viseu, que venceu por 2-1. Pedro Cordeiro, sócio da empresa Soccerpromaster, evidencia as qualidades do médio-ofensivo, que “são muitas”.

“O João será um jogador de eleição. Vai ter um futuro brilhante, não só em termos de qualidade técnica, mas mental também. Saiu de casa muito cedo. É a jogar a 10 que rende mais, é nessa posição que pode chegar à excelência. Penso que será um jogador na linha do Rui Costa, do Aimar, joga sempre de cabeça levantada. É muito elegante e tecnicamente é fabuloso, apostando na velocidade”, referiu.

O golo ao Ac. Viseu jamais será esquecido, mas João Félix não se deslumbra. “Foi um sentimento de recompensa. Tenho trabalhado para jogar, marcar e ajudar. Tenho de continuar a trabalhar e pensar no próximo jogo”, afirmou à BTV o médio, que já marcou 10 golos pelos juniores esta época. Sobre os colegas, Félix, que assinou contrato profissional em julho, só tem elogios: “Integraram-me bem.”

É este o cartão de visita de João Félix, que chegou ao Seixal há dois anos, depois de sete temporadas no FC Porto – a última no Padroense, ao abrigo do protocolo entre os dragões e o clube de Matosinhos. Ainda com idade de juvenil, o centro-campista já atua pelos juniores, por quem tem brilhado, e em três ocasiões foi chamado por Hélder Cristóvão aos ‘bês’, na sequência da crescente aposta do clube nas suas pérolas. O primeiro golo pela formação secundária foi, assim, uma recompensa pela dedicação e evolução constantes. Mas nem isso lhe retirou o discernimento ou lucidez, como o demonstra a celebraçao contida do seu golo.”É o feitio dele, sempre foi uma pessoa introvertida quando não conhece. Ficou contente, claro, mas era o 1-2, se tivesse sido o golo da vitória se calhar tinha celebrado mais. Ele disse-me que queria ter pedido a camisola que usou no encontro para ele, por ter marcado, mas só hoje é que a pediu, tal era a concentração no jogo”, contou o pai de João Félix, Carlos Sequeira, acrescentando: “Está muito feliz mas consciente de que ainda não conseguiu nada. Sabe que tem de continuar a dar 100 por cento mas espera chegar mais longe.”

Experiência a repetir

O próprio Félix, à BTV, admitiu que o momento foi especial mas que tem de continuar a trabalhar para continuar a sua ascensão.”Foi um grande sentimento, de trabalho recompensado. Tenho vindo a trabalhar este tempo todo para poder jogar, marcar e ajudar. Surgiu [o golo] mas não foi suficiente, agora há que continuar a trabalhar e pensar no próximo jogo. [A aventura na equipa B] está a ser muto boa, todos os colegas me ajudaram e integraram-me bem. É bom para o meu crescimento”, confessou.

Do Olival para o Seixal

Depois de sete temporadas na formação no FC Porto, João Félix chegou ao Seixal em 2015/16 para representar os juvenis – à imagem, por exemplo, de André Gomes, que fez o mesmo trajeto. Carlos Sequeira explicou ao nosso jornal o processo, referindo que a crescente aposta do Benfica na formação acabou por ser decisiva para a decisão dos pais e de João Félix em rumar até Lisboa.

“Quando mudou de clube não é que estivesse insatisfeito mas tínhamos a ideia de que o Benfica era algo mais vantajoso. O FC Porto não o mandou embora mas achámos que o Benfica seria a melhor opção, embora fosse uma incógnita. No Benfica têm-no ajudado muito e a experiência tem sido fantástica até agora”, garantiu. Em evidência nos juniores – conta com 10 golos em 18 participações entre campeonato nacional e Liga Jovem da UEFA -, João Félix mantém os pés assentes no chão e sabe que os próximos tempos deverão continuar a ser divididos entre a formação às ordens de João Tralhão e a orientada por Hélder, sendo esse o seu foco.

“Ele não tem problemas em jogar tanto na equipa B como nos juniores. Este sempre foi o sonho dele, é ambicioso mas sabe que está longe ainda dos objetivos finais. Equipa principal? Neste momento está focado na equipa B e nos juniores. Já fez dois treinos na equipa principal e, se tiver oportunidade, claro que vai fazer tudo para a agarrar”, explicou.

Não esquece as origens

Natural de Viseu, Félix começou a dar os primeiros toques na bola n’Os Pestinhas, escola de futebol em Tondela. O presidente do clube, Carlos Pedro Rodrigues, recorda uma criança muito dedicada e já a evidenciar enorme talento para a modalidade: “O que está a acontecer em nada que me surpreende. Na nossa formação, tivemos de o pôr a jogar sem ele ter idade. Era sub-9 e jogava nos sub-10. Por onde passasse, todos falavam dele. Levava sempre tudo muito a sério e é muito humilde. Ainda hoje quando vem cá a Viseu cumprimenta toda a gente. Não falo com ele desde novembro mas sempre que pode vem ver os jogos d’Os Pestinhas'”.

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