Exibição de Ederson corre mundo e poucos acreditam que fique no Benfica

img_999x5562016_05_05_15_30_56_166282Ederson voltou a brilhar contra o Borussia Dortmund, na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões. A exibição correu mundo, mas não surpreendeu ninguém. Pelo menos não Emerson Leão, Van Breukelen e Hans-Jörg Butt, três ex-guarda-redes que confessam ao DN a admiração pelo jogador do Benfica, perspetivando que a carreira do guardião de 23 anos vá continuar em outro clube já na próxima temporada.

O penálti defendido a Aubameyang e a defesa por instinto a um remate que desviou em Jiménez perto do fim do jogo são alguns dos lances que ontem correram mundo. Do outro lado do Atlântico, Emerson Lesão, antigo guarda-redes e atualmente diretor da Portuguesa, já observou os lances.

“As imagens estão a correr também no Brasil, mas todos já conhecemos Ederson, sobretudo da seleção olímpica. É muito bom e está a provar que as suas qualidades podem levá-lo muito longe. Já desde o ano passado que tem estado em grande no Benfica e na Europa”, salientou Emerson Leão.

A exibição de Ederson também criou impacto na Holanda, onde o ex-guardião Van Breukelen ficou encantado com a performance de Ederson. “Não vi o jogo completo, mas vi muitos vídeos. São defesas extraordinárias, de um nível de concentração extrema. O lance do penálti é muito bem estudado pelo Ederson, ele só parecia não saber se a bola ia para cima ou mais para baixo, daí ter dobrado um pouco os joelhos. Depois, na imprensa, também percebi que foi ele o responsável por segurar a vantagem do Benfica contra uma equipa forte como é o Dortmund”, revelou o holandês, que se destacou ao serviço da seleção e do PSV.

Se Emerson Leão e Van Breukelen não viram o jogo, o ex-benfiquista Hans-Jörg Butt esteve atento à partida e também ele se desfaz em elogios ao brasileiro. “Teve um início algo nervoso, mas depois fez uma exibição fantástica. Conheço-o bem, pois faço questão de acompanhar os jogos do Benfica e o Ederson tem-se destacado. Já no ano passado esteve em grande nível”, salientou alemão.

Esta e outras exibições de Ederson têm contribuído para alimentar o interesse de vários clubes, como Manchester City ou Real Madrid. Os três ex-guarda-redes não têm dúvidas de que o futuro do brasileiro passará por outras ligas.

“Sim, será quase impossível segurar Ederson no Benfica. Hoje em dia os clubes apostam mais em jovens do que antigamente e quando se tem valor como o Ederson torna-se mais fácil arriscar. Tenho a certeza que acabará num dos melhores clubes mundiais”, disse Emerson Leão, salientando que o jogador do Benfica terá espaço na seleção brasileira.

“Quem decide isso é o Tite, o selecionador, mas é claro que um jogador deste nível tem espaço na seleção brasileira. A equipa está bem servida e o Ederson será mais um que acrescentará valor. Tenho a certeza que acabará por ser chamado”, disse o brasileiro.

Van Breukelen também não duvida que o interesse de alguns “tubarões” seja real. “Não sei se pode ir já para clubes como o Manchester City ou o Real Madrid, mas é óbvio que tem talento para esses clubes”, afirmou.

Na Alemanha, o nome de Ederson também tem sido muito ventilado e Butt até o compara a um típico guarda-redes…germânico.”É muito frio e fisicamente muito forte, parece alemão. Jogar na Bundelisga? Tem valor para jogar em grandes ligas e nos grandes clubes. Será complicado o Benfica segurá-lo, mas espero que o consiga.”.

O “gordo” que sempre chutou forte

Ederson Moraes é natural da cidade paulista de Osasco, onde deu os primeiros passos no futebol na escola Champions Ebenézer. Ali começou a desenvolver uma das suas melhores qualidades: o jogo com os pés. Depois dos treinos passava muito tempo a treinar a colocação da bola à distância.

Em 2008 chamou a atenção dos olheiros do São Paulo FC, que o contrataram para a equipa de sub-15, onde não teve muito espaço para brilhar, pois à sua frente estava Juninho, o então dono da baliza. Na altura, Ederson, que tinha alcunha de gordo, estava inconformado com a sua situação, pois já revelava qualidades mas não era utilizado, o que lhe limitava o sonho de vir a ser como o ídolo Rogério Ceni.

Foi então que, em 2009, foi convidado para se mudar para Portugal, onde integrou as equipas de sub-17 e sub-19 do Benfica. Foram duas temporadas no Seixal, tendo ficado ligado a um momento inesquecível na época 2010/11, pois num jogo pela equipa de juniores encarnados marcou um golo de baliza a baliza frente ao Sp. Braga, graças ao seu potente remate com o pé esquerdo. Terminado o ciclo da formação, deixou o Benfica para representar o Ribeirão, clube que militava na Zona Norte da II Divisão. Foi esse o trampolim para a I Liga, onde o Rio Ave lhe abriu as portas, começando por ser suplente de Jan Oblak.

Contudo, após a saída do esloveno para o Benfica, em 2013, o treinador Nuno Espírito Santo, atualmente no FC Porto, abriu-lhe as portas da titularidade. Foi dono da baliza dos vilacondenses durante duas épocas, até que o Benfica exigiu o regresso em 2015, para completar o lote de três guarda-redes depois da saída de Artur Moraes. Começou como suplente do experiente Júlio César, mas uma lesão do antigo internacional brasileiro antes do decisivo jogo com o Sporting em Alvalade, na época passada, colocou-o à prova e a partir daí ganhou definitivamente o direito a defender a baliza encarnada.

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