A notícia de que a UEFA validou as decisões de Jorge Sousa no derby com o Benfica e as últimas arbitragens nos jogos dos encarnados estão a ser vistas na Luz com grande apreensão. A BOLA sabe que os responsáveis encarnados entendem que os árbitros têm sido alvo de enorme pressão, facto que está a ter reflexo nos últimos encontros das águias.
A receção ao Boavista (3-3), em que o Benfica entende ter sido prejudicado (ideia reforçada pelas recentes informações chegadas do Conselho de Arbitragem), e a deslocação ao Estádio do Bonfim, em que ficou por marcar uma grande penalidade sobre Carrillo no último lance do jogo (a que se junta a expulsão perdoada a Nuno Pinto por entrada dura sobre Luisão), são apontados como exemplos claros de lances em que os encarnados foram prejudicados, fazendo com que a equipa perdesse pontos.
Mas a estes juntam-se também a partida com o Vitória de Setúbal na primeira volta (1-1, com o golo dos sadinos a ser obtido em posição irregular) e a deslocação ao Estádio dos Barreiros (1-2), em que o Benfica se sentiu também prejudicado. O Benfica entende, por isso, que tem sido a equipa mais penalizada por erros de arbitragem esta época.
Por agora a SAD manterá o silêncio sobre o assunto, estratégia que tem seguido. E assim pretende continuar. Mas os dirigentes encarnados garantem estar atentos, em especial à pressão a que alguns árbitros têm sido sujeitos, bem como aos critérios de nomeação do Conselho de Arbitragem da FPF.
Não costuma não ter “papas na boca” no que respeita a denunciar o que lhe vai na alma, é o treinador de futebol Manuel José. A ver um “filme” que já assistiu durante largos anos, o experiente técnico não deixou de se mostrar preocupado acerca da possibilidade de retorno desses anos.
Manuel José não esconde a apreensão com o caminho que está a ser trilhado pelo futebol em Portugal, temendo que o desporto-rei esteja a ser reconduzido para a fase «mais negra» da sua história.
«Não tenho asas nas costas, mas houve um período, no final dos anos 70, 80 e 90, em que tive vergonha de andar no futebol e agora estão a tentar levar o futebol pelo mesmo caminho. Compravam-se árbitros, jogadores, treinadores. Comprava-se toda a gente como quem compra tremoços», relatou o treinador de 70 anos, em declarações à TSF.
«Com esta suspeição toda sobre os árbitros estão a querer levar o futebol português para a sua fase mais negra», lamentou Manuel José, prosseguindo em tom acusador:
«Não fui selecionador e não cheguei a outros patamares porque quem mandava no futebol não deixou, foram esses que me tentaram intimidar e comprar.»