Vitória sobre Jesus e o resto é conversa.

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A recém e (extinta) mini-crise, que alguma imprensa já apontava ao Benfica, fruto de duas raras derrotas seguidas com Marítimo e Nápoles, deram lugar a um triunfo da eficácia do melhor ataque desta edição da Liga NOS. Veremos se esta mesma “alguma” imprensa irá fazer a mesma conjetura sobre o rival da 2ª Circular, pois estes sofreram igualmente a segunda derrota consecutiva. Mais desastrosas para os leões, pois no seu caso valeram o afastamento das competições europeias e viram aumentar para 5 pontos a distãncia para o líder, e ultrapassados pelo FC Porto na classificação.

Muito se falou sobre que equipa deveria Rui Vitoria apresentar neste dérbi, depois de algumas questões levantadas sobre o sector mais recuado. Mantendo a confiança nos habituais titulares dos últimos jogos na sua defesa, a equipa mostrou um esquema mais solidário em campo, evitando que adversários como Gelson Martins, Bruno César ou Bryan Ruíz conseguissem fazer mossa na área encarnada. E depois havia também um enorme Ederson que adiou ao máximo o primeiro e único tento dos leões.

Rui Vitória não entrou em buffes primários, dizendo que jogava ou não este ou aquele jogador. A única dúvida foi a de Jonas, e até aqui o mister foi claro ao dizer que este teria apenas 20/30% de chances de alinhar no dérbi. Nem no banco ficou. Já no Sporting jogaram todos os que diziam que estavam em dúvida por causa de umas gripezitas. Coisas que o clima natalício provoca para os lados de Alvalade.

Inteligente e perceptível a entrada de Rafa direto ao onze, em detrimento de Cervi. A explicação de Vitória foi clara, e até visível em campo tal a sua eficácia. Aproveitando alguma fragilidade que os laterais do Sporting vinham a demonstrar, pediam a titularidade de um virtuoso e vertiginoso Rafa para deixar os leões em sentido lá atrás. Eficácia foi de facto a palavra do dia. Grande arrancada do campeão europeu que agora alinha pelas águias, com cruzamento de trivela para o golo de primeira de Sálvio.

Na segunda parte a sorte do rival bateu no poste, e a eficácia encarnada volta a fazer das suas. Cruzamento do lateral prodígio dos encarnados, com Nélson Semedo a meter a bola a meia altura para a antecipação de Raúl Jiménez perante um batido defesa leonino.

Para felicidade e algum alívio dos encarnados, Jorge Jesus teimou em manter Bryan Ruíz a titular na esquerda, em detrimento de Joel Campbel em crescendo de forma ao contrário do primeiro. Demorou o outrora apelidado “mestre da tática” ao fazer a obrigatória substituição. A entrada de Campbel tudo mudou para os leões, e foi mesmo pelo seu lado que estes reduzem após cruzamento para um Bas Dost sem marcação. Quando se temia que o mesmo voltasse a acontecer, tal era a velocidade e o à vontade do extremo emprestado pelo Arsenal aos leões a galgar terreno na sua faixa, e aproveitando as subidas de Semedo, Jorge Jesus resolve matar o ataque da equipa ao fazer sair o “eucalípto” holandês, e fazer entrar um menos dotado André. “Intensidade” era o que JJ queria com esta alteração. “Intencionalidade” foi o que este perdeu no ataque para os minutos finais.

Rui Vitória por sua vez mexeu melhor. Com a saida Sálvio com notórias dificuldades por lesão sofrida durante o jogo, e a entrada de Danilo, Gonçalo Guedes passa para a direita, e oferece mais músculo tanto no centro (onde o Sporting tinha alguma supremacia) como na direita. Pizzi avança para o lugar de Gonçalo Guedes, com Danilo a fazer de Pizzi. Já Rafa continuava a prender Zeegelaar lá atrás. Mais tarde tira este já algo esgotado, pois ainda não parece pronto para 90 minutos, e mete o argentino Cervi, que apresenta mais solidariedade para com a defesa, e neste caso a um André Almeida adaptado ao lado esquerdo. Finalmente já nos instantes finais a entrada do grego Samaris para a saida de Gonçalo Guedes. O jogo parecia seguro e o triunfo garantido. O Benfica passou a defender mais na área adversária e garante novamente os 5 pontos de vantagem sobre o agora terceiro classificado e 4 sobre o FC Porto que ascende ao segundo lugar.

PS: Já me esquecia dos tais penalties reclamados por Jorge Jesus e toda a carneirada. A isso responde-se de duas maneiras. O Sporting-Benfica para a Taça do ano passado, com este mesmo árbitro a permitir penali não assinalado sobre Luisão com este a partir a mão e a agressão de Slimani a Samaris que ficou impune a temporada toda, ou o Sporting-FC Porto para a Liga NOS desta época, onde também houve mãozinhas que decidiram o jogo.

Nuno Alexandre Costa

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