Os resultados obtidos pelo Benfica nas últimas duas partidas, que se saldaram com duas derrotas, ambas por 1-2 (Marítimo e Nápoles), deixaram à vista dificuldades ao nível do sector mais recuado dos encarnados. Com uma faixa esquerda improvisada fruto das ausências de Grimaldo e Eliseu por lesão, Rui Vitória viu-se forçado em apostar no adaptado André Almeida para fazer a posição de defesa esquerdo.
Apesar da sua disponibilidade emprestada para fazer todos os lugares solicitados pelo mister Rui Vitória, e cumprindo na maioria das vezes, André Almeida deixou no entanto marcas no resultado logo no seu primeiro encontro no Funchal. Não tendo tido tarefa muito complicada perante um Marítimo ultra-defensivo, foi no entanto pelo seu lado que os maritimistas lograram chegar ao segundo que lhes valeu os 3 pontos. Com mais tempo na posição, de certeza que tais erros seriam alvo de prevenção do defesa.
Já contra a muito bem orientada equipa do Nápoles as dificuldades foram novamente visíveis, tendo os napolitanos insistido vezes sem conta entrar pelo lado do defesa português. Sem lances de culpa própria, é notório que as equipas adversárias sabem por onde entrar e causar calafrios no sector mais recuado das águias.
Mas nem só por André Almeida as coisas não têm corrido pelo melhor. Av dificuldade em imprimir velocidade quando necessário, em alguns lances e perante determinados adversários e estratégias, têm mostrado alguma fragilidade no próprio capitão da equipa, o nosso Luisão. A cabeça pensa e quer fazer algo, mas depois o corpo não acompanha. Já o seu parceiro na dupla de centrais, tem sentido as mesmas dificuldades tanto para compensar as saidas com bola de Luisão, como para compensar as naturais falhas de André Almeida na esquerda.
No lado direito tudo normal. A juventude de Nélson Semedo tem dado tanto para beneficiar da sua irreverência quando decide subir no terreno e causar desiquilíbrios, com o apoio de Sálvio, como ser prejudicado quando estas subidas resultam em perda de bola e depois tem de ser Luisão ou Fejsa vir fechar o seu sector.
Perante isto, que defesa deve o Benfica apresentar perante o Sporting, em mais um dérbi que se antevê tão difícil quanto importante para as contas do título? Deverá Rui Vitória fazer alterações na sua defensiva, tão em cima do jogo?
O mister Rui Vitória pode manter tudo como nestes últimos jogos, onde algumas rotinas foram ganhas tanto nos treinos como nos dois jogos já disputados juntos. No entanto, 4 golos sofridos com este quarteto, pode levar o treinador português a optar por não correr os mesmos riscos, e fazer algumas alterações. Posição que o TERCEIROANEL.BLOG defende.
Vamos então a conjecturas. Com quatro centrais disponíveis, Vitória pode querer ganhar rins e velocidade na defesa, e tomar a difícil mas corajosa decisão de tirar o capitão, fazendo entrar Jardel ou Lisandro López. Se o primeiro esteve mais tempo indisponível, é verdade que tem altura e velocidade para o que se pretende, assim como o estatuto de patrão defensivo que o tempo lhe deu. Pode no entanto é não ter ainda ritmo suficiente. Já Lisandro López é um jogador que mostrou estrelinha já nesta temporada, quando no Dragão entrou para o lugar do lesionado Luisão e cumpriu de tal forma que foi mesmo da sua cabeça que chegou o golo do empate ao cair do pano. Lindelof talvez ficasse agradecido com uma destas alterações, pois desta forma ficava também menos exposto. Recorde-se que as suas recentes dificuldades prendem-se com a necessidade de compensar tanto a lentidão de Luisão como a incompatibilidade de André Almeida no lado esquerdo. O central sueco sendo central, joga à esquerda de Luisão.
Outra possibilidade pode levar a uma novidade. Manter Luisão na dupla de centrais, mas desta feita com a companhia de Jardel ou Lisandro. Não mexendo na direita, onde Semedo reina, Lindelof poderia passar a actuar na faixa esquerda, posição que bem conhece tanto dos tempos da sua formação no Seixal, como na seleção sub-21, onde de resto se sagrou campeão europeu jogando nessa posição.
Felizmente as opções e flexibilidade do plantel encarnado permite várias opções. Não descabida seria desviar André Almeida da esquerda para a direita, e trocar precisamente com Nelsinho. O André não só passava a jogar onde mais se sente confortável, como Nélson Semedo jogaria numa posição onde alinhou diversas vezes na equipa B encarnada e em bom nível. Já no centro, qualquer uma dupla tirada entre Luisão, Lisandro ou Jardel seria possível.
Ficam no entanto a perguntas. Irá Rui Vitória mexer na defesa frente ao Sporting na Luz? E se mexer, onde deve o mister mexer? Domingo pelas 18h na Luz ficamos todos a saber.
Nuno Alexandre Costa